tag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post7266182816089623741..comments2024-03-27T22:28:55.544+00:00Comments on velharias: A cozinha do Solar de Outeiro SecoLuisYhttp://www.blogger.com/profile/12737099779813228389noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-82549504043038559272010-11-06T20:30:44.968+00:002010-11-06T20:30:44.968+00:00Caro Luís
Mais uma vez por aqui, só para dizer, qu...Caro Luís<br />Mais uma vez por aqui, só para dizer, que no Minho, aos banquinhos de pedra junto das janelas, chamam "namoradeiras".Penso que o nome tem a ver com os namoros de antigamente,que se faziam da janela para a rua :)<br />Abraços<br />Maria PaulaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-84480344128062727422010-11-05T12:02:26.011+00:002010-11-05T12:02:26.011+00:00Caros amigos.
Adorei ler os vossos comentários e...Caros amigos. <br /><br />Adorei ler os vossos comentários e só lamento não ter tempo para responder um a um. A cozinha era de facto fascinante pelo seu tamanho. o meu pai chegou por lá a andar de bicicleta.<br /><br />Como a Maria Isabel e a Maria Andrade, bem repararam uma das coisas mais encantadoras do solar eram as janelas com banquinhos de pedra, que existiam um pouco por toda a parte. Em miúdo aquilo também me fascinava. Hoje, gostaria de ter uma casa com apenas uma janela assim, com uns banquinhos e almofadas e passar o ali dia a ler ou a espreitar à janela. Sou um janeleiro incorrígivel.<br /><br />Gostei muito da explicação mais técnica do Manel, que enriqueceu este post com os seus conhecimentos de arquitectura e geometria. A comparação do travejamento a uma teia de aranha é muito eloquente. Ainda hei-de fazer um post sobre essa casa anexa à cozinha.<br /><br />Quanto ao "C", é curioso, mas últimamente tenho andado pelo Alentejo fora, a ajudar um amigo meu, que quer comprar por lá uma casa de campo e tenho visto cozinhas antigas que se encaixam na perfeição na descrição que fez. Aquelas chaminés são lindas.<br /><br />abraços a todosLuisYhttps://www.blogger.com/profile/12737099779813228389noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-52049787811474878622010-11-04T22:06:59.476+00:002010-11-04T22:06:59.476+00:00Ainda outra coisa....
Quando às advertências a cr...Ainda outra coisa....<br /><br />Quando às advertências a crianças que ficam muito próximo do lume, também as ouvia. E já reflecti muito sobre isso..... Cheguei a uma conclusão: se se está muito próximo do lume têm-se calor, certo? Se se tem calor, bebe-se mais água. Se se bebe mais água aumenta a probabilidade de molhar o colchão......<br /><br />Como sou de letras e nada das ciências naturais isto poderá ser só delírio......Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-6628164934945421482010-11-04T21:59:32.980+00:002010-11-04T21:59:32.980+00:00Viva Luís,
Gostei realmente do seu texto sobre a ...Viva Luís,<br /><br />Gostei realmente do seu texto sobre a cozinha do Outeiro Seco, onde se pode reflectir sobre a importância se um espaço do ponto de vista social ao longo do tempo. As cozinhas eram realmente o espaço nuclear de uma casa, contendo um dinamismo e importância que as cozinhas actuais perderam.<br /><br />À medida que ia percorrendo o seu texto não consegui evitar que a minha mente fizesse uma viagem pelas memórias de infância até uma outra cozinha, esta num outro espaço geográfico, num palacete de uma vila alentejana. Com todas a diferenças arquitectónicas e de vivências quotidianas que caracterizam o Alentejo, consegui sentir os mesmos aromas, texturas, sensações que descreve. A enorme cozinha alvissima de cal, sempre cheia de gente, ao fundo a grande chaminé onde por alturas de Novembro eram pendurados os enchidos (diferente da prática a norte do Tejo, onde se penduram as carnes no travejamento do tecto ao longo de mais ou menos todo o espaço da cozinha, aqui onde as chaminés têm dimensões maiores, as linguiças, farinheiras e afins são penduradas dentro da chaminé, cerca de dois metros mesmo por cima do lume). Numa parede lateral o "poial" estrutura em alvenaria onde estavam os cântaros enormes, ou pelo menos assim pareciam aos olhos de uma criança, na parede em frente o louceiro de grandes portas de vidro deixando ver os serviços dispostos de modo utilitário (o objectivo eram estarem arrumados para usar e não para se verem). Na outra parede o fogão de ferro sempre ligado com imensas panelas e tachos em cima. Uma criada que chegava com uma galinha para depenar (aquela desgraçada foi a escolhida para o assado do dia....), se era páscoa o borrego já tinha chegado de véspera e desde cedo já estava no forno no tacho de barro próprio. Pelo Carnaval (e quem conhece as tradições do Carnaval no Alentejo, sabe como é levado muito a sério!!!!!) o perú era preparado com cuidados redobrados da senhora da casa, as filhoses e as azavias estavam prontas desde a "Quinta-Feira Magra", e recordo a voz da minha Avó a mandar por mais ovos na massa das filhoses, "São os ovos que lhe dão cor!" ou "Rosa dá um bocadinho da massa ao menino que vai fazer a filhós dele". <br />Ao lume, sentado no joelho do meu Avô ouvia histórias de vacas, burros e raposas, e quando estava sozinho com a minha Avó, que nessa altura me tratava como um adulto e que me fazia ficar muito orgulhoso e aprumado, me contava as histórias da família. <br />Quase que me sentia senhor nesta cozinha, quando lá estav tudo girava à minha volta!!!!<br /><br />Se nesta cozinha não posso mandar mais (vicissitudes de heranças, partilhas e do tempo), na da quinta ainda posso dizer alguma coisa, assim procurei manter os aspectos que a caracterizavam, porque é isso que lhe dá identidade. Ao lado daquelas coisas que marcam os tempos modernos e sem as quais já não podemos viver, (porque estas coisas dos fogões de ferro e por aí fora podem ser muito poéticos mas nada práticos), estão claro os cântaros de barro que vieram do Alentejo, as faianças e imagine-se até uma canga de bois a um canto.....<br /><br />Abraço<br /><br />C.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-14057123380824587152010-11-04T20:00:29.717+00:002010-11-04T20:00:29.717+00:00Ai Maria Paula, peço perdão pelo devaneio literári...Ai Maria Paula, peço perdão pelo devaneio literário que a deve ter levado em erro.<br />Tratava-se de um travejamento onde se sucediam as respectivas empenas das tesouras, pendurais, diagonais, tirantes e terças que, no seu conjunto, formam como que uma rede a qual me faz recordar por vezes uma teia de aranha, ainda que esquadriada. <br />Mas trata-se de um vulgar telhado com estrutura de madeira.<br />ManelAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-1026631685244943342010-11-04T19:15:23.436+00:002010-11-04T19:15:23.436+00:00Olá Luís
Creio já ter-lhe dito que sou particularm...Olá Luís<br />Creio já ter-lhe dito que sou particularmente sensível a esta questão das casas abandonadas.Lembro-me sempre da que me viu crescer e que tive que deixar de um momento para o outro, tendo oportunidade de a rever por fotografia ao fim de trinta anos!Que dor!<br />Bem sei que o Luís nunca viveu no solar, mas mesmo assim deve "doer", ver uma casa carregada de história e estórias assim, abandonada desta maneira.<br />Tem ainda, a memória viva do seu pai,as suas próprias recordações, e a planta do solar, que de alguma forma ajudam a recordar os momentos áureos e felizes.<br />Quanto à cozinha, era certamente magnífica, e cheia de um movimento que creio, nenhum de nós terá condições para imaginar.<br />Fiquei intrigada quando o Manel refere que o travejamento do tecto da cozinha deixa percepcionar "uma gigantesca teia de aranha".As traves eram assim dispostas?<br /><br />Acho curioso ter referido o termo mata-bicho.Em Angola, também designávamos assim o pequeno-almoço. Havia até o verbo matabichar? Curiosa a nossa língua.<br />Um abraço para si.<br />Maria PaulaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-28041249695294504382010-11-04T13:54:00.992+00:002010-11-04T13:54:00.992+00:00Baseando-me em vários factores construtivos, entre...Baseando-me em vários factores construtivos, entre os quais refiro a diferença de níveis entre a cozinha e o resto do solar e a forma, quase micénica, dos próprios perpeanhos de granito que constituem as paredes, creio que a cozinha pertencerá ao núcleo mais antigo de todo o solar, à qual foram, posteriormente, adicionados outros corpos. Esta é a minha teoria.<br />As grandes traves que julgo serem de castanho, mas sem certeza, no entanto este tipo arbóreo é um dos mais comuns nesta região, são imponentes e fiquei maravilhado perante o travejamento do tecto, que se percepciona como uma gigantesca teia de aranha estendida sobre todos os incautos que por baixo se passeiam.<br />Até o teu pai ficou apanhado por esta divisão!<br />Este corpo, no auge da casa, deveria ser digno de ser vivenciado, pois seria um sem nunca acabar de azáfama, com muitas pessoas a trabalhar ao mesmo tempo. Mas o corpo que mais me intriga é o que lhe está adjacente, e cujo último piso ardeu, algures na história do solar e, por causa dessa destruição, vê-se a escada, que subia rente à parede, parar a meio em direcção a sítio nenhum!<br />Ainda sobrevive a varanda deste último piso, em granito, sem guardas já, testemunha de dramas passados (tens de referir esta divisão num post futuro). <br />Quase adivinho alguém encerrado nesta última divisão à espera de alguém que a venha salvar ... isto é a minha imaginação a construir dramas cinéfilos!<br />ManelAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-60437759905840131012010-11-04T10:57:10.010+00:002010-11-04T10:57:10.010+00:00Olá Luís
Bela foto, aquela que extasiado no meio d...Olá Luís<br />Bela foto, aquela que extasiado no meio da cozinha olha em redor, continua esbelto de corpo atlético!<br />Adoro cozinhas, nelas se vivia a tempo inteiro à roda da fogueira ou fogão a lenha.<br />As minhas lembranças dos fogões a lenha da minha casa continuam a ser os amarelos reluzentes dos fechos das armaduras à volta da tampa do forno, da torneira da água quente, do varão à frente onde se enxugavam os panos da loiça, aquelas criadas andavam sempre a areá-lo...<br />Ao lê-lo fez-me recordar também a minha infância em que também convivi com tais ambientes, mais pequenos,no entanto muito semelhantes como o que descreve do fumeiro, ainda me lembro de sentada num banco corrido parecido ao que mostra numa das fotos cortar o lombo de porco aos bocadinhos para o alguidar, depois temperava-se com colorau, louro, alho e vinho, macenava uns dias e por fim faziam-se as chouriças com tripa que se comprava na mercearia, tinha um cheiro nauseabundo...depois de demolhada era cheia com a ajuda de um funil pequenino metido na boca da tripa,enfiava a carne com ajuda do dedo acalcava e assim se ia enchendo a tripa, que era dividida em pequenas chouriças que se atavam com guita e iam para o fumeiro corar.<br />A cozinha do solar tinha um toque de requinte, os banquinhos em pedra a ladear a janela, ainda em pequena vi alguns em casas mais modestas lá pela minha terra, sempre me fascinaram, os primeiros que tinha visto foi no castelo de Leiria...<br />Em instantes consegui visionar o fausto da cozinha de Outeiro Seco e em segundos a sua completa ruína, sem que tivesse perdido a beleza e o encanto, pois conseguiu descrever em pormenor os horários das refeições tão em uso naquela época que eu própria me julguei ter sentado à mesa e com eles ter comido da mesma palangana.<br />Coisa brutal esta que senti, quiçá a mesma ao me lembrar de frases tão emblemáticas da sua tão querida Yourcenar...de ficar a pensar e pasmar!<br />Amei viajar na cozinha do solar de Outeiro Seco, continua apesar da ruína, faustosa, que dizer do Luís espantado bem ao meio pisando ainda as lages de pedra alva, não é que parece mesmo um príncipe, que atitude,magnânimo!<br />Beijos<br />IsabelCoysas e Loysas de Ansião e outras terrashttps://www.blogger.com/profile/12588583589393104767noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4262757750526165887.post-34236466804251088812010-11-03T21:45:18.632+00:002010-11-03T21:45:18.632+00:00Que maravilha deve ter sido esta cozinha! Os banqi...Que maravilha deve ter sido esta cozinha! Os banqinhos de pedra à janela são uma graça! E q ambiente deve ter tido quando estava em plena actividade e cheia de gente! Eram o centro da vida da casa, sempre acolhedoras, sempre a rescender de aromas das panelas ou da fogueira na enorme lareira. Havia sempre gente a circular, ninguém se devia sentir só nestas casas, sobretudo os idosos. Por muito diminuídos q estivessem fisicamente, sentados no coração da casa viam sempre gente a falar e a mover-se à sua volta, era como se assistissem à rodagem dum filme em q podiam participar com uma ou outra deixa. Tão diferente do q se passa hoje...<br />Nunca vivi pessoalmente estes ambientes, só em casa de amigos. A minha vivência foi sempre de família nuclear bastante reduzida, talvez por isso sempre apreciei tanto as casas com muita gente, agora uma raridade.<br />Que bom terem ficado com fotografias deste espaço. Sempre dá para imaginar a cena toda e ajudar a manter memórias vivas. Acho q provoca uma nostalgia q é boa, sabe bem...<br />Obrigada por nos abrir a porta da sua casa ancestral.<br />Um abraçoMaria Andradehttps://www.blogger.com/profile/06494904903124630572noreply@blogger.com