Quando escrevi o meu post sobre as ruínas da capela do Espírito Santo na vila de Fronteira, a Maria Andrade comentou com amargura a destruição de uma casa antiga em Anadia e na promessa não cumprida de a Câmara recuperar uma janela manuelina dessa casa, para a colocar num jardim. O Flávio escreveu que gostaria era de ver imagens da capela antes da sua destruição parcial, em 1970. Apesar da beleza destas ruínas, o que as pessoas queriam dizer era que teria sido bem melhor conservar e restaurar o monumento do que deixa-lo cair.
Estes comentários deixaram-me a matutar e resolvi procurar mais sobre esta capela, seguindo uma das pistas indicadas no site http://www.monumentos.pt/, que indica como referência básica o autor Keil.
O portal lateral |
Calculei logo que se tratasse do Luís Keil, que entre outras coisas foi funcionário do Museu Nacional de Arte Antiga e descobri através de uma pesquisa bibliográfica, que o quer ele tivesse escrito sobre Fronteira só poderia estar Inventário artístico do Distrito de Portalegre, publicado em 1943.
O púlpito |
O portal principal já emparedado |
Resolvi partilhar essas fotos com os seguidores deste blog, bem como com as outras pessoas que por aqui passam, trazidas ao acaso pelas pesquisas nos motores de busca. São fotos de fraca resolução e a preto e branco, mas documentos significativos.
O altar da fotografia inicial |
Olá Luís , bem-haja pela sua pesquisa que nos permite ver a capela antes de a terem deixado passar à categoria "romântica " de ruína. Pena é que tal suceda ...mas que, pelo menos, se salve a dita ruína ! Aguardamos
ResponderEliminarQuina
Oh mas que beleza!!!!!
ResponderEliminarOptima procura Luis!! =D Muito bem...
Que maravilha! Era lindissima!
Já não se fazem Korrodi's como antigamente!!!! O castelo de Leiria é do tempo dos Mouros, incendiou-se ficou em ruinas... Em 1900 o arquitecto Korrodi, fez inumeros esboços atraves das ruinas para saber qual o aspecto do castelo... O que descubrio foi impressionante!!!
O castelo que temos hj em Leiria foi obra desse homem!! Imenso orgulho deixou! Conservou o patrimonio!! Deixou o castelo como o dinheiro pode pagar..
Pena que hj em dia não se aposte nessas coisas....
Neste caso há fotografias de como era... Korrodi só tinha a sua brilhante mente, e umas ideias... (da realidade)...
Um grande abraço Luis,
Flávio
Ainda bem que o Luís se deu ao trabalho de procurar e de mostrar estas fotografias da capela ainda de pé.
ResponderEliminarÉ um bom testemunho de como o edifício era imponente e tinha uma beleza simples e austera, quer no exterior, quer no interior, que o fazia merecedor de ter sido recuperado e preservado.
Resistiu à passagem de vários séculos, mas caiu a um inexorável camartelo do final do séc. XX, como infelizmente vai acontecendo por esse país fora…
Fico a olhar para o belo portal da fachada principal e pergunto-me o que terá acontecido àquelas pedras...
Enfim, sempre as mesmas perguntas e as mesmas mágoas, face à proliferação de casos destes.
Um abraço e obrigada
Seria uma edificação maneirista, com influência da arquitectura de S. Roque e da austeridade jesuítica, com uma torre mais tardia, já de linhas barrocas.
ResponderEliminarOs altares parecem-me ainda mais tardios, já mais próximo do final do Barroco, com laivos Rococó.
Como está inserido numa zona com muita pedra tê-las-ia seguramente de grande qualidade e ricamente trabalhadas, apesar de notar muito trabalho em trompe l'oeil.
Triste fim para uma edificação tão bem elaborada e, com certeza, dotada do esforço de muitos.
Boa pesquisa esta a tua ... fizeste reviver um edifício votado ao abandono e desaparecimento, e, finalmente, como deve ser a sua sorte, ao total esquecimento.
Bem hajas pelo esforço
Manel
Caros amigos
ResponderEliminarDesculpe-me só agora vos responder, mas o tempo não dá para tudo.
Era irresistivel não tentar descobrir as fotos de como era dantes.
Quanto ao destino das pedras, na pior das hipóteses são enterradas com o resto do entulho. Outras vezes são aproveitadas pelos poucos espertos da terra, que as transportam para as suas casas. Em Vinhais, houve um senhor que usou o portal da demolida igreja da Misericórdia para fazer a entrada do seu jardim (mais uma vez o gosto pela ruína nos jardins). Outras vezes serão compradas por antiquários. Enfim, uma desgraça
Obrigado pelos vossos simpáticos comentários
Bem haja por esta publicação, estive em Fronteira no ano passado e fiquei abismado com o que se faz ao nosso património! Abraço
ResponderEliminarCaro Gil Corto.
EliminarEsta igreja é uma dor de alma. Um abraço e obrigado pelo comentário