Em Lisboa, não é preciso andar muito, investigar em arquivos ou frequentar bibliotecas eruditas, para encontrar azulejaria de todos os períodos e géneros. Os azulejos espreitam em todas as esquinas. Já há uns tempos, reparei num painel de azulejos num cafezinho no Largo da Anunciada, ali quase em frente ao elevador do Lavra, que está assinado por um tal senhor A. Costa, da Fábrica da Lusitânia.
Segundo informação do site do Museu Nacional do Azulejo, http://mnazulejo.imc-ip.pt/ , este A. Costa, deverá ser certamente o António Costa, que é juntamente com Jorge Colaço e Gabriel Constante, um dos artistas residentes da Fábrica de Cerâmica Lusitânia. Segundo a página do mesmo Museu, nesta fábrica foram produzidos grandes conjuntos monumentais em azulejo, tais como os revestimentos exteriores das Igrejas dos Congregados e de Santo Ildefonso, no Porto, e das estações da CP de Vila Franca de Xira, Évora, S Bento no Porto e Beja, da autoria de Jorge Colaço, que aí trabalhou após ter abandonado a Fábrica de Sacavém.
O pintor António Costa terá introduzido a técnica da tubagem nos azulejos relevados de influência Arte Nova.
Este painel ao gosto naturalista e bucólico, com o camponês e as suas vaquinhas, faz parte de um novo género que invadiu as ruas Lisboetas e portuguesas nos finais do século XIX, princípios do século XX, o azulejo publicitário. Em vez de colocarem grandes cartazes como hoje em dia, as fábricas, leitarias, farmácias, garagens e padarias encomendavam bonitos painéis de azulejos para as fachadas dos seus estabelecimentos, de forma a divulgarem a sua existência
Segundo informação do site do Museu Nacional do Azulejo, http://mnazulejo.imc-ip.pt/ , este A. Costa, deverá ser certamente o António Costa, que é juntamente com Jorge Colaço e Gabriel Constante, um dos artistas residentes da Fábrica de Cerâmica Lusitânia. Segundo a página do mesmo Museu, nesta fábrica foram produzidos grandes conjuntos monumentais em azulejo, tais como os revestimentos exteriores das Igrejas dos Congregados e de Santo Ildefonso, no Porto, e das estações da CP de Vila Franca de Xira, Évora, S Bento no Porto e Beja, da autoria de Jorge Colaço, que aí trabalhou após ter abandonado a Fábrica de Sacavém.
O pintor António Costa terá introduzido a técnica da tubagem nos azulejos relevados de influência Arte Nova.
Este painel ao gosto naturalista e bucólico, com o camponês e as suas vaquinhas, faz parte de um novo género que invadiu as ruas Lisboetas e portuguesas nos finais do século XIX, princípios do século XX, o azulejo publicitário. Em vez de colocarem grandes cartazes como hoje em dia, as fábricas, leitarias, farmácias, garagens e padarias encomendavam bonitos painéis de azulejos para as fachadas dos seus estabelecimentos, de forma a divulgarem a sua existência
Caro Luis
ResponderEliminarVoce é um perito na descoberta de relíquias.
Certamente que conhece os painéis que se encontram numa antiga padaria da Praça da Figueira, hoje transformada num snak de comer sandes em pé. Não me recordo do nome da rua. Trata-se da ligação entre a Praça da Figueira e a Rua da Madalena. Talvês seja a do Poço do Borratem ?
Recomendo-lhe uma visita ao restaurante existente no início da Rua da Costa em Alcântara (antiga Casa Leitão) na confluência com a Rua Maria Pia, um dos paineis já foi retirado há uns anos.
Um abraço
Carlos Pereira
Ola Luis,
ResponderEliminaré muito bonito também o painel que nos mostra desta vez... o Luis até me dá vontade de viver em Lisboa... num bairro antigo e tradicional... numa casa recuperada de pé direito alto e com uma bela vista!!!Pronto isto já sou eu a sonhar acordada!!!
Mas agora que já tenho um Blog pessoal (está convidado a aparecer por lá) vou sair de casa com máquina fotográfica em punho e fotografar alguns painéis que tenho descoberto por estas bandas. Provavelmente não vou conseguir identificar todos e desde já peço uma ajudinha do Luis...
Beijinho
Marília Marques
Caros Carlos
ResponderEliminarSabe que no dia em que fotografei este painel dirigi-me para snack bar que descreve, entre a Praça da Figueira e a R. da Madalena, a Rua dos Condes de Monsanto, para fotografar os azulejos, que suspeitava serem da Lusitânia. No entanto, tive azar, pois o café estava fechado, não sei se para obras, se para férias e não consegui as desejadas fotografias. Depois, de já ter publicado o post li na Wikipedia que os azulejos desse Café são também da autoria de Jorge Colaço e portanto é provável que sejam fabrico da Lusitânia.
Terei que visitar o restaurante existente no início da Rua da Costa em Alcântara (antiga Casa Leitão) na confluência com a Rua Maria Pia.
Obrigado pelo seu comentário e apareça sempre
Abraços
Cara Marília
ResponderEliminarFaz lindamente fotografar os azulejos bonitos que encontrar nas ruas. O que não faltam em Portugal são azulejos espectaculares de todas as épocas e feitios, embora os mais antigos raramente estejam assinados ou sejam passíveis de ser identificados. No entanto, no que puder ajudar...
Irei espreitar o seu blog
Beijos,
Luís
Sempre que vejo suas postagens, me dói pensar que o Rio de Janeiro também era cheio de azulejos, mas com o fim da monarquia, e o início da república, houve um movimento de repúdio à tudo que era lusitano, e de afrancesamento da capital brasileira. Não só botaram abaixo os azulejos, mas como boa parte dos casarões e prédios "excessivamente" coloniais (leia-se, portugueses).
ResponderEliminarCaro Fábio
ResponderEliminarO Fábio enriquece sempre este blog com a perspectiva brasileira de um património cultural, que é comum aos dois povos.
Creio que todos os povos colonizados ou dominados, que querem esquecer rapidamente a potência dominante tendem a vingar-se nos vestígios arquitectónicos e decorativos do passado, que os fazem recordar a opressão. Em Angola, Moçambique e na Guiné, após a independência, apearam ou destruíram as estátuas dos navegadores portugueses. No Leste europeu as estátuas dos heróis comunistas tiveram o mesmo destino, após 1989.
Julgo que os brasileiros sempre quiseram culpar os seus antepassados portugueses por um certo subdesenvolvimento, o que é enganador, pois o Brasil, apesar das suas franjas de terríveis de miséria é um dos países mais industrializados do mundo. A música brasileira tem uma enorme vitalidade e é conhecida e tocada em todo o mundo. Há arquitectos como Óscar Niemeyer e artistas plásticos brasileiros com fama internacional (Portinari, Cavalcanti). O teatro, as novelas e o cinema brasileiros são irresistíveis. Digamos que o Brasil é até um país de sucesso.
Por outro lado, quando um país alcança a independência, torna-se como senhor do seu destino para o bem e para o mal e deverá assumir os seus erros. Julgo que o grande erro histórico do Brasil foi e é uma tremenda e cruel desigualdade social.
Talvez a herança portuguesa não tenha sido assim tão má, mas só pessoas cultas como o Fábio, que conhecem o passado, os azulejos, a arquitectura, a talha dourada, a escultura possam ter essa percepção.
Abraços e só espero não ter sido ofensivo porque sei, que toquei um assunto delicado, mas acho que consigo, posso abordar estes assuntos de forma civilizada.
Adorei teu Blog! Voltarei sempre.
ResponderEliminarAbraços desde Brasil.
Rosa
Cara Rosa
ResponderEliminarMuito obrigado pelas suas simpáticas palavras. Espreitei o seu blog e já vi que tem muitos conteúdos sobre arte. Volte sempre.
Abraços
Olá,
ResponderEliminarGabriel Constante era o meu Bisavô, que infelizmente, nunca cheguei a conhecer.
O meu Avô (Gabriel Constante Junior), conheci e bem, pois vivemos todos juntos (na mesma casa em Paço de Arcos), até ao seu falecimento, já no inicio deste século.
Obrigado Luis por manter acessa a chama da arte, bem como por mencionar o meu Bisavô.
Cumprimentos,
Francisco Manuel Constante Pinto Correia
PS : felizmente, fiquei com alguns estudos em carvão (e uma aguarela) do Gabriel Constante, devidamente emoldurados ("à posteriori"), e caso necessite de alguma coisa, basta contactar-me para fmcp_correia@hotmail.com
PS' : o Palácio Conde de Óbidos (actual Cruz Vermelha, junto à 24 de Julho em Lisboa), possui azuleijaria interessantissima, alguma do meu Bisavô, assim como algumas pinturas em estuque (afrescos) de sua autoria -> http://www.cruzvermelha.pt/como-ajudar/alugue-o-palacio/734-historia-e-valor-artistico.html
Caro Francisco Manuel Constante Pinto Correia
ResponderEliminarO seu comentário deixou-me muito contente. As centenas de artistas de azulejos que transformaram esta cidade numa espécie de capital europeia do azulejo merecem todas as homenagens. Irei espreitar o link que me indicou.
Abraços
Luís
Bom dia Luís
ResponderEliminarSoube entretanto mais alguma informação sobre este pintor? Quem era António Costa? Onde estudou? Só trabalhou na Fábrica Lusitânia? Muito obrigado.
Cara Cláudia
EliminarDesculpe só agora lhe responder.
Bem, eu não sou especialista ou investigador em cerâmica e azulejaria. Sou apenas um curioso que aborda estes assuntos ao de leve.
No livrinho "Fábrica de Cerâmica Lusitânia/ Isabel Cameira. Lisboa: Apenas, 2008" refere nas páginas 27 e 28, que a secção de pintura industrial de azulejaria da Lusitânia era dirigida pelo desenhador e decorador António Costa, com a colaboração do irmão, Mateus Costa. O Jorge Colaço tinha a secção de pintura artística. Mais não lhe sei dizer.
Um abraço