segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Um prato inglês do primeiro quartel do século XIX: The Villagers da Davenport



Ainda não consegui retomar hábito o de escrever regularmente aqui no blog. Mudei de casa e os trabalhos foram enormes. Além da embalagem, transporte, obras e assuntos burocráticos, a decoração tem sido complicada. Vivia numa casa muito pequena, cheia que nem um ovo e tudo o que tinha era de pequenas dimensões, de modo que não consigo replicar os arranjos, que ali tinham. Se o tento fazer, fica um segmento de parede cheio e o outro ao lado vazio. Aos poucos tento uma disposição mais folgada dos meus tarecos e agrupada por famílias, a colecção dos reis de Portugal, uma parede com cristos, gravuras, faiança portuguesa ainda e desenhos e gravuras de arquitectura ou as minhas réplicas arqueológicas. 

A minha colecção de réplicas arqueológicas


O único espaço onde consegui replicar a decoração da minha anterior casa, foi na casa de banho, que enchi com louça inglesa azul e branca do século XIX. Como esta faiança apresenta sempre paisagens marítimas ou com lagos e rios vai muito bem com a função da divisão.

A decoração da casa de banho com faiança inglesa


Como tenho mais espaço, aproveitei e comprei mais um prato inglês, típico da produção daquele País no primeiro quartel do século XIX, com uma decoração carregada e pintado numa paleta de azuis-escuros. 

A marca da Davenport



Apresenta a marca da Davenport, umas das fábricas com maior produção no Reino Unido e a julgar pela quantidade de peças, que aparecem ainda nas feiras de velharias, deve ter sido a marca inglesa que mais vendeu em Portugal. O padrão é o The Villagers, em português, os aldeões e o tema é bucólico. 



Numa paisagem campestre estão três figuras e um cão, tendo por pano de fundo, um rio e uma aldeia com a torre da igreja a sobressair. Segundo os sites de venda on-line este padrão terá sido executado cerca de 1825, enfim, no primeiro quartel do século XIX. Curiosamente, quando comprei este prato raso, achava que já tinha lido sobre este padrão e pensei até que fosse no blog da Maria Andrade, o Arte, Livros e Velharias. Contudo, descobri que afinal é o meu amigo Manel quem tem uma grande e bonita travessa deste padrão e que eu tinha fotografado há uns tempos, com a ideia de fazer um post sobre aquela peça, mas com as malvadas das mudanças o assunto varreu-se da cabeça. A travessa é deslumbrante e nela pode-se admirar muito melhor o desenho, do que no meu prato, de dimensões pequenas.

A travessa do meu amigo Manel


O prato ficou muito bem na casa de banho, junto da restante faiança inglesa e consegui tornar aquela divisão sem graça, com azulejos setentões, num sítio um pouco mais divertido e pessoal.