quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Dois álbuns fotográficos de carte-de-visite do século XIX: memórias da família Montalvão

O primeiro álbum, formado pelo meu trisavô, o Padre José Rodrigues Liberal Sampaio.
 Soube da existência destes álbuns fotográficos de carte-de-visite, no site http://www.queirozportela.com, meramente por acaso quando pesquisava sobre fotografias antigas da minha família materna e fiquei absolutamente encantado. Mais tarde, fui encontrando muitos destes álbuns à venda por tuta-e-meia nas feiras de velharias, uns vazios, outros ainda com as fotografias lá dentro e ficava sempre com coração apertado, pensando como é que as pessoas eram capazes de se desfazer das fotografias antigas dos seus antepassados. Era como se tivessem condenado aquelas crianças vestidas à marujo, os jovens militares com uniformes garbosos e as damas e os cavalheiros respeitáveis ao perpétuo esquecimento. O Francisco Queiroz dá a seguinte explicação para esse fenómeno, quando os velhos da família morrem e já não há ninguém que consiga reconhecer as pessoas retratadas, os mais novos retiram uma ou outra fotografia de algum antepassado, que ainda consigam identificar e desfazem-se do álbum.

Recentemente estive num almoço da família Montalvão e uma prima minha, a Ana Vasques presenteou-me com dois álbuns destes, com fotografias da família, tiradas mais ou menos entre 1860 e 1902. Fiquei absolutamente maravilhado ao folhear as suas páginas e foi como se centenas de pessoas mortas e esquecidas há muito tempo ganhassem novamente vida.
Um aspecto do álbum de José Rodrigues Liberal Sampaio
Mas, convém explicar o que se entende por retrato carte-de-visite, antes de apresentar os álbuns propriamente ditos. A carte-de visite é uma fotografia de retrato, que mede normalmente 9,5 x 6 cm, colada sobre um cartão, semelhante aos de visita, com a dimensão de 10,3 x 6,5 cm. Apareceu em França em 1854, correspondendo a uma técnica nova, que permitia a realização de oito clichés a partir da mesma placa de vidro, tornando a fotografia mais barata e desde essa data conheceu um enorme sucesso por toda a Europa, tendo o seu apogeu durante o último quartel do século XIX.

Com as fotografias mais baratas tornou-se hábito na sociedade europeia, oferecer aos amigos, aos pais, aos padrinhos, aos condiscípulos da universidade ou à pessoa amada um retrato carte-de-visite, que podiam conter uma dedicatória no verso. Todos esses retratos eram coleccionados em álbuns, que também se divulgaram durante a segunda metade do século XIX. Os álbuns eram encadernados luxuosamente e o seu interior era formado por páginas de cartão duro, dispondo de umas janelinhas, decoradas com picotado ou com um arco de volta perfeita por cima, sendo que as fotos eram enfiadas nas ditas janelinhas por uma fenda existente no topo da página. Além de conterem retratos, esses álbuns são em si um verdadeiro retrato da rede social de cada família, da importância dos seus conhecimentos, da posição ocupada na hierarquia da sociedade e também uma fonte para a história da moda e mesmo da psicologia.
O padre José Rodrigues Liberal Sampaio, no momento da sua formatura. Foto de J. M. Santos, Phot. Conimbricense
Relativamente aos álbuns da minha família, o primeiro está em bom estado de conservação e muito provavelmente foi formado pelo meu trisavô, o Padre José Rodrigues Liberal Sampaio (1846-1935), pois reconheci nas legendas a lápis de algumas das fotografias, a sua letra cursiva e miudinha. Muito significativamente o álbum abre com duas fotografias da sua amada, a minha trisavô, Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão (1856-1902), a fidalga com a qual manteve uma relação ilícita e da qual resultou o nascimento o meu bisavô.
Um retrato desconhecido da minha trisavô, Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão (1856-1902),
Uma das fotografias da Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão não a conhecia de todo, e da segunda só possuía uma cópia digital, e aos anos que tentava averiguar do paradeiro da prova em papel original junto do meu pai e do meu irmão e afinal estava aqui, arquivada e esquecida neste álbum.
 
Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão (1856-1902),


Depois há uma sucessão de damas, crianças, clérigos e cavalheiros, que tenho dificuldade em identificar e finalmente muitas fotografias dos seus condiscípulos, do curso de direito de Coimbra, os finalistas de 1891. Grosso modo, as fotografias datarão entre 1860-1891.
Fotografia de António José Machado. As legendas das imagens estão identificadas com a letra cursiva, mas miudinha de Liberal Sampaio
A letra cursiva, mas miudinha de Liberal Sampaio
 
O segundo álbum, que está em muito mau estado de conservação, com a lombada inteiramente desprendida das capas, foi certamente constituído pelo meu bisavô, José Maria Ferreira Montalvão (1878-1965), pois grande parte do álbum é formado por fotografias dos seus condiscípulos do curso de Direito de Coimbra, finalistas do ano lectivo de 1901-1902 e quase todas elas tem dedicatórias e estão assinadas.
O segundo álbum, formado por José Maria Ferreira Montalvão (1878-1965),
É praticamente o retrato de uma geração inteira de estudantes de direito de Coimbra e alguns deles certamente ter-se-ão distinguido na política, na literatura, na administração ou no jornalismo, aqui na capital, ou no Porto, ou tornaram-se individualidades ilustres em cidades e vilas da província. Estas imagens são também uma fonte de estudo para os fotógrafos coimbrões daquela época.
 
O segundo álbum é formado maioritariamente por fotografias dos seus condiscípulos do meu bisavô, do curso de Direito de Coimbra, finalistas no ano lectivo de 1901-1902. Verso da Carte-de-visite oferecida ao meu bisavô por  M. Marques Braga
 
Claro, há também fotografias da sua mãe, Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão, desconhecidas da família e que de facto permitem-nos ver que era uma bela mulher, bem como de outros parentes, cuja identificação ocupa-me os pensamentos todo o santo dia, pois nem sempre estes retratos de carte-de-visite, contem dedicatórias no verso. O álbum terá sido muito manuseado e por isso se encontra num estado de conservação tão sofrível. Segundo consta na tradição familiar, o meu bisavô permaneceu a vida inteira muito ligado aos tempos de Coimbra, frequentando assiduamente os encontros de antigos condiscípulos e era natural que folheasse repetidamente o álbum, para matar saudades ou para o mostrar a antigos colegas de curso de passagem por Chaves ou Vidago, quando aí iam a banhos.
Finalistas do Curso de Direito de Coimbra, 1902
Enfim, estes álbuns e a identificação das suas personagens ocupam o meu pensamento de forma quase obsessiva e terei que trabalhar neles, para que as figuras da genealogia familiar, deixem de ser apenas um assento de baptismo e ganhem um rosto, uma expressão e uma alma. Voltarei certamente a este assunto aqui no blog.
 
Alguma bibliografia e links consultados:
 
 
 
História da imagem fotográfica em Portugal 1839-1997 / António Sena. - 1ª ed. - Porto : Porto Editora, 1998.
 
Um novo olhar sobre o país: Emílio Biel e A arte e natureza em Portugal / Paulo Ribeiro Baptista http://www.academia.edu/13986453/Um_novo_olhar_sobre_o_pa%C3%ADs_Em%C3%ADlio_Biel_e_A_Arte_e_Natureza_em_Portugal

25 comentários:

  1. Tenho algumas fotografias antigas guardadas, deste género, mas não sabia que se faziam álbuns. Bjs!

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  2. Margarida

    Da parte da minha mãe, tenho umas quantas fotografias do tipo carte-de-visite, mas não estão nestes álbuns luxuosamente encadernados com as suas janelinhas, artisticamente recortadas, para conter as fotografias.

    Fiquei muito feliz com estas prendas, pois estes álbuns representam um período do tempo da história de uma família, em que podemos entrever um pouco da alma das pessoas que só conhecíamos das genealogias e conhecer o meio social em que se movimentam ou a que estatuto na sociedade aspiram. Olhe ando tão encantado, que penso noite e dia nisto, porque além da família, há também a história da fotografia portuguesa, que está aqui em causa.

    Bjos

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  3. Caro "primo" onde posso te encontrar pessoalmente? Meu tel +351 916699309 e tambem whatsaap

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    1. Caro primo

      Não me diga que identificou alguma das fotografias apresentadas?

      Vivo e trabalho em Lisboa e poderá contactar-me por email, montalvao.luis@gmail.com, para combinarmos um encontro.

      Não tenho whatsaap. O meu telemóvel é da Idade da Pedra Lascada.

      Um abraço

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  4. É verdade, estas fotografias são um tesouro e, seguramente, talvez exista um conjunto de pessoas hoje, familiares dos retratados, que adorariam ter cópias destes seus antepassados. Eu, de certeza, teria muito prazer, se alguma dessas fotografias pertencesse a familiares meus, desde há muito desaparecidos.
    Tenho uma ou outra fotografia deste tipo, mas nada que se pareça com este espólio fantástico.
    E, muito provavelmente, nestas fotos antigas, está toda uma geração que deve ter marcado de forma importante a vida portuguesa desde finais do século XIX até meados do século XX, pois terão pertencido à camada social abastada, pensante e socialmente desenvolvida da época.

    Saber como trabalhar todo este material não será nada fácil. Vais ter muito que fazer neste campo.
    Foi fantástica a generosidade desta tua parente, mas compreendo que não há muitas pessoas que saibam o que fazer com todo este espólio, eu seguramente que não.
    No entanto, tu, se tiveres tempo, terás a formação, a paciência e o gosto para levar a cabo toda esta empresa.
    Manel

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    1. Manel.

      A Ana Paula Vasques é uma prima um pouco mais nova que eu, mas com a qual, desde que eramos miúdos, mantivemos sempre uma cumplicidade especial e foi um gesto muito simpático da parte dela. Esta prima tem um trabalho, que lhe exige muito e tem que prestar assistência continua ao filho, de modo que sabendo que não tempo para se dedicar a este assunto das fotografias, ofereceu-me os álbuns a mim, pois sabe que eu adoro estas coisas.

      A Ana Paula herdou estas fotos por parte da sua mãe e aquando das partilhas do recheio do Solar terão calhado à sua avó, a Natália a filha mais nova de José Maria Ferreira Montalvão (1878-1965).

      Quanto aos álbuns, vou tratando o seu conteúdo aqui aos poucos. Há muitas linhas a seguir, a identificação dos retratos com a genealogia da família, a reconstituição do círculo social da família, as personalidades dos cursos de Direito de Coimbra de 1891 e 1902 e ainda a própria história da fotografia portuguesa no século XIX. Conto com a tua ajuda neste trabalho.

      Um abraço

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  5. Bom dia Luís,
    Os álbuns e as fotos são maravilhosos.
    A informação que deles podes retirar vai muito além da identificação de pessoas.
    Foi um gesto simpático da tua prima em oferecer-te esse pedaço de história de vossa família.

    Um abraço e bom trabalho,

    Berto

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    1. Humberto.

      Muito obrigado pelo teu comentário. Referes muito bem, que este trabalho vai muito para além da identificação das pessoas.

      Estes dois álbuns são também preciosos como fonte para a história da fotografia portuguesa do séc. XIX. Muitos destes instantâneos são feitos por fotógrafos de Lisboa, Coimbra, Porto e creio eu, que de Vila Real e provavelmente Chaves. Alguns desses estúdios fotográficos são conhecidos, como a Antiga Caza Fritz, na Rua do Almada, propriedade do Emílio Biel, outros dos quais não se sabe quase nada, como o H. Tisseron, da rua do Loreto, em Lisboa.

      Essa linha de levantamento dos fotógrafos do XIX vai ser certamente aqui tratada, embora seja um tema que eu conheça pouco. Terei que estudar alguma coisa.

      Um abraço

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  6. A relação com fotografias antigas é deveras curiosa.Aqui em Pelotas (minha cidade natal) que obteve seu apogeu no século XIX é comum encontrarmos em sebos, brique-a-braques e mercados de pulgas várias fotos do período. Me causa uma triste melancolia. Comprei há tempos para minha esposa um relicário em ouro vitoriano numa feira de antiguidades e quando abrimos encontramos um retrato dos oitocentos. Descobrimos tratar-se, após pesquisa, de uma jóia de luto: mourning jewelry. Guardamos a foto desse senhor na casa dos 30 anos por respeito à memória e dor de alguma viúva ou mãe que carregou, quiçá anos a fio, a sua saudade junto ao coração representada pela foto amarelada. Abraços!

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    1. Edwin Fickel

      Também me emociono sempre quando encontro essas fotografias antigas, no chão das feiras de velharias ou todas atiradas para uma única caixa, independentemente da família a que pertenceram. Ao longo da história, em todas sociedades, existiu sempre um culto dos antepassados e faz-me impressão esta facilidade, com que hoje nos descartamos do passado.

      Já tinha lido sobre essas "mourning jewelry" em livros de antiguidades e nem sei se elas tiveram também expressão nos países latinos, mas é natural que sim.

      Achei bonito o seu gesto de guardar a antiga fotografia. Há uns tempos comprei uma moldura antiga, com um retrato de um menino vestido à maruja, tirado mais ou menos no início do século XX. Pensei primeiro em destruir a fotografia, mas decidi conserva-la e limitei-me a colocar o retrato da minha filha por cima.

      Um grande abraço

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  7. Que coisa maravilhosa esses álbuns e que presentão vc tê-los ganho. Agora eles estão nas mãos certas e se conservarão por séculos e séculos...
    As fotos de sua trisavó são belíssimas, espero que vc venha a escanear tudo e reproduza aqui em tamanho maior. Ela era muito elegante, preciso ver direito os modelitos. E que história interessante ter um trisavô padre...dava um romance de Júlio Diniz, de Eça. Eram eles que moravam naquele solar que tinha uma capela à Santa Rita???
    Muito bom estes ver estes álbuns e ainda completos, é comum ver álbuns antigos com fotos faltando. Um luxo isso.
    E as fotos posadas, estudadas, o fotografado ficava imóvel, duro, teso, até bater a foto. Amei.
    Um abraço.

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    1. Jorge

      Até agora só conhecia uma única fotografia da minha trisavô. Achava-a elegante, mas não conseguia acha-la uma beleza. Nestes álbuns há pelos menos mais uma três fotografias dela, que desconhecia e de facto ela tinha uns grandes olhos expressivos, talvez um pouco melancólicos, mas muito cativantes. Prometo fazer um post só com as fotografias delas, dando toda a atenção às toilettes.

      Esta Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão era uma fidalga, que podia ter feito um bom casamento com um homem da sua condição social, ou com um burguês ricalhaço e trocou essa respeitabilidade por uma relação ilícita por um padre. Foi sem dúvida um romance de amor, desses que a literatura do século XIX tanto gostava. Viveram nesse Solar em Outeiro Seco e Maria do Espírito Santo Ferreira Montalvão está sepultada na capela, prática que em 1902 já era completa proibida em Portugal.

      Um grande abraço

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  8. História muito interessante. E a sociedade da época como se portou diante da união dos dois? Imagino que esta união rendeu muita especulação na época.E a família dela? E a igreja? O padre continuou sendo...padre??? Adorei esta história com enredos e tramas, imagino lágrimas, sofrimento e um final, suponho, feliz.
    Com mais vagar conte tudo o que vc sabe deste idílio digno de um bom romance do XIX.
    Um abraço.

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    1. Jorge

      Já escrevi sobre esta ligação em http://velhariasdoluis.blogspot.com/2010/01/ainda-o-solar-dos-montalvoes-os-amores.html.

      Embora só se conheça os traços principais da história, sabemos que viveram maritalmente, o Liberal Sampaio nunca abandonou o sacerdócio e só reconheceu legalmente o filho após a morte da companheira.

      Embora durante o século XIX a bastardia e estas ligações ilícitas fossem comuns (os costumes apertaram-se com a ditadura de Salazar entre 1926-1974), a coisa deve ter provocado algum escândalo. O irmão da Maria do Espírito Santo, que era oficial, só regressou a Chaves depois da morte da irmã e sabemos através de um conto inspirado nestes amores, que o meu bisavó, fruto desta ligação foi criado num local afastado. Enfim, é uma história muito bonita, mas que ainda não conhecemos inteiramente.

      Um abraço

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  9. Boa noite; gostaria de encontrar um álbuns para carte visite a venda, pois tenhos alguns carte visite em tamanho grande e pequeno contudo o álbum se desfez. Qualquer coisa entre em contato comigo (77) 991700515

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    1. Caro Laércio

      Creio que me está a escrever do Brasil e estou do outro lado do Atlântico, em Portugal e portanto os conselhos que lhe possa dar provavelmente não terão muito interesse. Aqui em Portugal, aparecem alguns desses álbuns à venda nas feiras de velharias, uns vazios e outros com fotografias e nem são muito caros. Tente encontra-los no e-bay, nos brechôs ou nas feiras de velharias do Brasil. Presumo que não deva ser difícil, porque a maioria das pessoas não liga nada à história da família. Um abraço e boa sorte

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  10. Bem...justamente o contrário, além de ser muito difícil de se encontrar, os que já encontrei estão fora de meu alcance financeiro, de toda sorte muito obrigado pelos apontamentos.
    Forte abraço!

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    1. Caro Laércio

      Por vezes é preciso paciência e esperar pela boa ocasião, quando o vendedor ignora o valor da peça, ou simplesmente porque está a começar a chover e ele quer fazer algum dinheiro antes que caia uma bátega de água. Um abraço

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  11. Boa noite, também sou fascinado por esses álbuns e fotografias centenárias, possuía na minha família um álbum raro, forrado a veludo vermelho com incrustações em prata e uma caixa de música, mas infelizmente foi vandalizado por um familiar antes de chegar ás minhas mãos. Consegui salvar as fotografias e agora estão colocadas em dois álbuns da sua época que consegui arranjar, enfim, estou a escrever-lhe para lhe dar os parabéns por os apreciar, também sou um grande entusiasta de preservar a história da minha família e ter a sorte de algumas fotografias terem sido identificadas pela minha avó.
    Muito obrigado se puder ver este comentário.

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  12. Caro Desconhecido

    Muito obrigado pelo seu comentário.

    Com efeito, o que está em causa neste assunto é a salvaguarda da memória de uma família, mas também de uma comunidade, já que estes álbuns revelam são só a história de uma família, mas também das suas relações sociais. Quando as pessoas se desfazem ou desmembram estes álbuns, estão a apagar uma memória de uma época, de um meio social.

    Recentemente vi à venda numa feira de velharias um desses álbuns com a encadernação forrada a veludo e enfeites de prata, ainda com as fotografias originais lá dentro. Ainda por cima por coincidência, tal como os dois álbuns que tenho, uma boa parte das fotografias eram condiscípulos de Coimbra de um senhor qualquer que por lá andou, mais ou menos da época dos meus antepassados. Os feirantes vendiam as fotos à unidade e confesso que se me apertou o coração. Mas o acto criminoso foi de quem se desfez do álbum. Bem que podia tê-lo oferecido ao arquivo da Universidade de Coimbra.

    Um abraço

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    1. Boa noite, espero um dia poder restaurar este tipo de álbuns pois sou aluno de Conservação e Restauro em Tomar.
      Muito obrigado por ter respondido ao meu comentário e hajam pessoas como nós que protegem este património familiar.
      Um abraço.

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  13. Olá Luis,
    Estou pesquisando sobre as cartes-de-visite e preciso saber o tamanho exato que têm, a foto e o cartão. As citações de dimensões que encontro na web variam muito e não coincidem com as proporções nas imagens encontradas na internet. Você poderia me dizer as medidas exatas das cartes-de-visite que você possui? Sou brasileira e tenho ido a Lisboa em abril para congresso de Artes Visuais. Quem sabe temos a oportunidade de nos conhecemos pessoalmente em minha próxima ida a Portugal? Meu whatsapp se preferir se comunicar pelo app é +5551999818270.
    Aguardo seu contato com as informações das cartes-de-visite. Muito obrigada!
    Abraço do Brasil

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    1. Cara Dani

      Desculpe só agora lhe responder.

      Estes dois álbuns de família devem conter umas cerca de 150 fotografias e é impossível medi-las a todas, até porque retira-las é uma operação complicada, que se não for feita com cuidado estraga a página onde estão encaixadas.

      No entanto, posso medir umas quantas fotos que estão fora dos álbuns. Creio que todas elas tem dimensões quase idênticas e as pequenas variantes terão mais a ver com o corte que os fotógrafos faziam posteriormente, quer no cartão quer na foto. Digo-lhe isto baseado na minha experiência de bibliotecário, em que há imensas variantes de dimensões na mesma edição, pois quando se mandava encadernar os livros, estes mestres punham os livros numa guilhotina, aparavam-lhes as margens, de modo a adapta-lhos melhor a uma capa. Não tenho muita paciência para falar ao telefone, mas pode-me escrever para montalvao.luis@gmail.com

      Um abraço

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