A minha colecção de réplicas arqueológicas |
O único espaço onde consegui replicar a decoração da minha anterior casa, foi na casa de banho, que enchi com louça inglesa azul e branca do século XIX. Como esta faiança apresenta sempre paisagens marítimas ou com lagos e rios vai muito bem com a função da divisão.
A decoração da casa de banho com faiança inglesa |
Como tenho mais espaço, aproveitei e comprei mais um prato inglês, típico da produção daquele País no primeiro quartel do século XIX, com uma decoração carregada e pintado numa paleta de azuis-escuros.
A marca da Davenport |
Apresenta a marca da Davenport, umas das fábricas com maior produção no Reino Unido e a julgar pela quantidade de peças, que aparecem ainda nas feiras de velharias, deve ter sido a marca inglesa que mais vendeu em Portugal. O padrão é o The Villagers, em português, os aldeões e o tema é bucólico.
Numa paisagem campestre estão três figuras e um cão, tendo por pano de fundo, um rio e uma aldeia com a torre da igreja a sobressair. Segundo os sites de venda on-line este padrão terá sido executado cerca de 1825, enfim, no primeiro quartel do século XIX. Curiosamente, quando comprei este prato raso, achava que já tinha lido sobre este padrão e pensei até que fosse no blog da Maria Andrade, o Arte, Livros e Velharias. Contudo, descobri que afinal é o meu amigo Manel quem tem uma grande e bonita travessa deste padrão e que eu tinha fotografado há uns tempos, com a ideia de fazer um post sobre aquela peça, mas com as malvadas das mudanças o assunto varreu-se da cabeça. A travessa é deslumbrante e nela pode-se admirar muito melhor o desenho, do que no meu prato, de dimensões pequenas.
A travessa do meu amigo Manel |
O prato ficou muito bem na casa de banho, junto da restante faiança inglesa e consegui tornar aquela divisão sem graça, com azulejos setentões, num sítio um pouco mais divertido e pessoal.
Tens razão. O espaço não tinha nada que o fizesse especial.
ResponderEliminarBem, afinal é uma casa de banho, uma divisão que numa casa nem sempre é fácil fazer sobressair, sobretudo se do período em que a tua foi construída, pois as pessoas não lhe prestavam muita atenção. Por norma, soe ser algo anónima, no entanto, hoje em dia isso terminou, pois tenho visto coisas que fico de boca à banda.
Os mais abastados optam por torneiras de "griffe", loiça minimalista (por vezes olho para as peças de louça e pergunto-me como utilizá-la sem que espalhe água por todo o lado), ou então, numa parede brilha uma cómoda a imitar um qualquer estilo, pífia, fora de contexto, que alberga um lavatório que nada no meio de mármores, vidros de alto a baixo que contêm o duche, com tantos botões, agulhetas e esguichos que uma pessoa se vê grega para conseguir tomar um simples banho. Tenho visto casas de banho totalmente negras com torneiras high tech cromadas e brilhantes ... fico sempre a pensar como é que as pessoas conseguem que o cromado não fique com manchas dos salpicos de água!!!! Outras totalmente revestidas de mármore de Carrara (asseguram-me que o é, e até têm atestado para o incréu), onde brilha o dourado dos metais ... custa mais uma casa de banho destas que toda a minha casa!!!!
Tornar esta divisão especial exige criatividade, equilíbrio, sensatez e ideias inovadoras, e aqui conseguiste tornar o espaço único sem utilizar a parafernália que os construtores, na sua ânsia de vender, conseguem utilizar nos seus sonhos escatológicos.
Não é fácil tendo em conta o que o mercado tem de estapafúrdio para oferecer aos deslumbrados.
Manel