Ninguém consegue escrever sobre os seus filhos de forma imparcial. Perante os seus actos experimentamos toda uma série de sensações, que nos transportam para um tempo em que os carregámos ao colo, lhe demos a papa ou nos vimos sozinhos com eles num hospital, e num ápice lá se vai a nossa capacidade objectiva de análise.
No entanto, quando recentemente vi a primeira realização do meu filho, um documentário sobre o Museu Nacional de Arte Antiga, não pude deixar de ficar impressionado com a qualidade do seu trabalho. Os planos são elegantes, a câmara move-se lentamente como é conveniente a quem filma um museu, a música é adequada e as imagens misturam-se de forma harmoniosa com a entrevista a um dos conservadores do Museu, o Anísio Franco.
Há um certo bom gosto no documentário, que me surpreendeu, até porque o meu filho acordou tarde para a cultura. Mas, fico orgulhoso, porque a apetência pelo que é antigo e pelo património tem já uma certa tradição familiar, iniciada pelo meu trisavô, o padre José Rodrigues Liberal Sampaio e que me foi transmitida pela minha avó e pelo meu pai. O meu filho soube reatar essa tradição de uma forma muito pessoal, através das imagens.
Deixo-vos pois com o documentário sobre o principal museu do País, realizado pelo meu filho Henrique
Que maravilha, Luís! Tem toda a razão para se sentir orgulhoso! E que bem que introduziu o trabalho do Henrique Montalvão! É mesmo tudo isso que diz!
ResponderEliminarEstá belíssima a forma como a câmara passeia pelos espaços, a música maravilhosamente escolhida que a acompanha e depois, em pausas de imagens e de som, as intervenções do Anísio Franco, que adorei ouvir.
É realmente o nosso museu maior, sabe que sou uma fã, e adorei vê-lo tratado assim!
Parabéns ao Henrique e ao MNAA!
Beijos
Maria Andrade
EliminarMuito obrigado. Sei que sou um pai babado, mas creio que o meu filho consegui captar a com a elegância o principal museu do País, evidenciando a beleza das suas colecções e o espaço que ocupa. Já vi reportagens ditas profissionais onde não se encontra nem esta cadência lenta, nem este evoluir da câmara, tão elegantes.
O MNAA é um museu no qual todos nós nos identificamos. A aprendemos história por manuais que reproduziam obras da sua colecção, e é um Museu cujas obras reflectem todos os descobrimentos portugueses. E nós os amantes da cerâmica, bem, o sabemos, quando visitamos a faiança portuguesa e do outro lado do corredor, encontramos a porcelana chinesa, recordando-nos que esta foi última sempre o arquétipo da cerâmica europeia.
O documentário do meu filho, mostra que o MNAA não é só um museu para reformados. A sua colecção e o seu edifício são capazes de entusiasmar e apaixonar as gerações mais novas.
Bjos
Luís,
ResponderEliminarAdorei! 5 estrelas!! Aprovadíssimo!!
Os planos de que mais gostei foram aquele em que se vislumbra a sucessão de portas das inúmeras divisões bem como o do belíssimo lustre.
Parabéns ao filhote e ao papá babado!
Beijinhos
Alexandra Roldão
Alexandra
EliminarMuito obrigado pelas suas palavras. Também adoro esse plano com a sucessão de portas. O Museu é tão bonito e tão rico que difícil escolher o que filmar, sobretudo para um documentário de 8 minutos.
Bjos do pai babado
Muito bem, gostei muito de ver o documentário do Henrique.
ResponderEliminarDesde o enquadramento inicial na cidade, às perspetivas tanto exteriores, como, depois, as interiores (a daquele corredor de portas é especialmente feliz), sabe muito bem a tranquilidade das filmagens intimistas em torno das obras de arte selecionadas, algumas mesmo emblemáticas, que me pareceram perfeitamente adequadas às peças musicais escolhidas.
E o comentador refere o essencial sem ser interrompido, como é hábito observarmos em muitas entrevistas, o que me coloca muitas vezes mal impressionado.
O comentador não é um político que tem de responder ao eleitor que o elegeu, é alguém que faz a elegância de esclarecer/interagir com o vulgar observador de um museu.
Assim, fiquei igualmente bem impressionado por não ouvir qualquer voz do entrevistador - era uma tentação em que conseguiram evitar cair.
Muito bem, o Henrique está de parabéns.
Manel
Manel
EliminarJulgo que este documentário dirigido pelo meu filho é mais feliz que algumas reportagens, que já vi nas televisões públicas sobre espaços culturais. Na entrevista diz-se o essencial e as imagens captadas de uma forma elegante convidam a uma visita ao Museu.
Abraço
Gostei muito de ver o vídeo. Ando há muito tempo para ir visitar o Museu, que não conheço, mas de cada vez que vou a Lisboa (não são muitas) acabo por visitar outras coisas e nunca fui ao Museu.
ResponderEliminarParabéns pelo bom trabalho do seu filho:)
Isabel
EliminarObrigado pelo comentário. A vantagem destas pequenas produções é precisamente o de serem um convite a uma visita ao Museu. Apetece-nos vaguear pelas salas ao ritmo da câmara.
O Museu Nacional de Arte Antiga já é demasiado grande para ver visto em bloco. Consoante os nossos gostos ou inclinações pessoais, o ideal é escolher uma área temática a visitar, a pintura ou a ourivesaria, ou a cerâmica, ou ainda as artes dos descobrimentos ou o mobiliário.
Também pode optar por uma visita às obras essenciais e o site do Museu indica as principais.
Um abraço
Caro Luis Montalvao,
ResponderEliminarDeslumbrante! Parabéns! Sem duvida é uma satisfação maior para um pai, cujo filho se inicia com um documentário como este.
E a sua postagem foi impecável! Parabéns também por ela.
Um abraço,
Jorge Gomes
Jorge
EliminarAgradeço muitos os seus parabéns.
É curioso que o meu filho acordou tarde para a cultura e durante algum tempo pensei que não lhe consegui transmitir valores artísticos, estéticos ou culturais. Mas, certamente mais do que eu pensei, porque aquela atitude contestatária ou enfadada que os adolescentes adoptam face aos adultos, acaba por ser uma capa, que nos induz em erro. Naturalmente, houve um caminho que ele trilhou sozinho, vendo muito cinema, lendo aqui e ali e como se vê por este documentário, formou um gosto próprio, uma forma pessoal de ver o mundo através de uma câmara.
Um abraço
Como amante de imagem, fiquei encantada com a qualidade do trabalho da autoria do seu filho. Cinco estrelas sob todos os aspectos. Como pai, tem todas as razões para se sentir orgulhoso pela obra do seu filho. Como cidadão, orgulhoso estará por constatar que, neste País tão degradado e em que os jovens são tão pouco estimados assim como outras faixas etárias, ainda há quem, com obra do Presente, dignifique o Passado, valorize o seu Tempo e enriqueça o legado para o Futuro...
ResponderEliminarCara Belita
EliminarApreciei o seu comentário quando refere "ainda há quem, com obra do Presente, dignifique o Passado, valorize o seu Tempo e enriqueça o legado para o Futuro... ". São palavras muito a propósito da entrevista ao Anísio Franco, feita neste documentário, quando diz que no museu há como que uma paragem no tempo, porque as obras que se expõem correspondem a valores estéticos, quase eternos, que dificilmente passam de moda, ou melhor ainda, situam-se num plano superior às modas. A moda é sempre inconstante e tem sempre um ritmo demasiado apressado. Julgo que neste documentário dirigido pelo meu filho, essa intemporalidade das colecções do Museu Nacional de Arte Antiga ficou aqui bem evidente, até por causa do ritmo lento da câmara escolhido, que resultou na perfeição.
um abraço
Parabens, gostei muito do ja famoso plano das portas e da focagem e desfocagem das porcelanas! Bjs,
ResponderEliminarLuisa
Luisa
EliminarObrigado pelo teu comentário. A realização é de facto elegante e os planos bem escolhidos. Recordam até algumas características do muito típicas cinema francês.
Bjos
Luís
ResponderEliminarEstá de parabéns! A reportagem está bem delineada: planos, entrevista, sequências e música de fundo. O orgulho no filho é justificado. Como diz, acordou tarde, mas acordou e bem.
Nas palavras de Anísio Franco "o museu é memória" e nele vamos encontrar as nossas raízes e os nossos afectos. O sentir, o viver, o pulsar das memórias através dos objectos reunidos nos museus dão sentido à vida.
Parabéns, de novo.
if
Ivete
EliminarAgradeço muito as suas palavras. É de facto muito interessante constatar, que o Museu Nacional de Arte Antiga, é sempre passível de ser visto sob novas perspectivas, de novos olhares, como foi aquilo que o meu filho Henrique fez.
Um abraço
Luís,
ResponderEliminarPrimeiro, parabéns ao Henrique.
A sensibilidade passa de pais para filhos, assim penso.
É um dos meus museus preferidos.
Tem razão, a delicadeza da câmara e os vários planos mostrados estão muito bem realizados.
Parabéns agora ao pai.
Beijinho. :))
Ana
ResponderEliminarMuito obrigado. Estou realmente orgulhoso do trabalho do meu filho.
Bjeijinho