quarta-feira, 28 de março de 2018

Prato decorado com floreiro da Davenport

A produção da fábrica inglesa Davenport (1794-1887) é de facto notável e muito extensa e aqui em Portugal deve ter encontrado um bom mercado, pois é muito fácil encontrar nas nossas feiras de velharias louça, com a característica marca da âncora, usada por aquela fábrica britânica.
 
A típica âncora da Davenport

Desta vez apresento-vos um prato comprado pelo meu amigo Manel e que apresenta aquela decoração muito carregada e com azuis mais escuros, característicos da faiança inglesa das primeiras décadas do século XIX. O tema decorativo, uma jarra de flores, ornamentado nas bordas com folhas e flores comum na faiança inglesa da época, mas este motivo, em particular, da Davenport parece-me mais raro.
 
 Em toda a internet só encontrei duas peças da Davenport, com esta decoração, umas azeitoneiras ou pickle dishes, à venda num antiquário inglês Nivingston Antiques. No texto que acompanha a descrição das peças, refere que este padrão terá sido inspirado no Coronation pattern, da Ralph & James Clews (1814-1834), um motivo bastante popular, pelo menos a julgar pela quantidade de peças que se encontram à venda on-line.
Azeitoneiras à venda na Nivingston Antiques
No site Nivingston Antiques indica-se ainda que este Coronation pattern surgiu por ocasião da Coroação do rei Guilherme IV em 1830, mas não consegui confirmar essa informação nas pesquisas que fiz.
Coronation pattern, da Ralph & James Clews (1814-1834). Foto de Lovers of Blue & White

Em todo o caso, este prato da Davenport com uma decoração floral, terá sido produzido precisamente à volta de 1830, ano da coroação do antecessor da Rainha Vitória. 
 

10 comentários:

  1. Caro Luís
    Realmente é uma decoração pouco vista no nosso mercado de velharias. Não me recordo de alguma vez ter encontrado alguma à venda, pois caso contrário, muito dificilmente me teria escapado.Mais uma vez o Manel está de parabéns.Tentei encontrar alguma informação sobre a origem deste padrão mas também nada encontrei.Uma boa Páscoa para si e como sei que me permite, vou usar este seu espaço para também desejar uma boa Páscoa ao Manel.

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    1. Maria Paula

      Embora se encontre muita louça Davenport à venda no mercado português de velharias este padrão parece ser pouco comum. Também é verdade que a produção de Davenport é tão grande e continuada no tempo, 1794-1887 (quase um século), que é impossível conhecer tudo aquilo que produziu. Também nos faltam aqui em Portugal livros especializados sobre faiança inglesa. Um beijo e espero que a sua Páscoa tenha sido boa

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  2. Luís

    O prato tem uns tons de azul que encantam. As peças inglesas encontram-se com alguma frequência nas feiras e antiquários nacionais, fruto da tendência que houve em ter serviços completos nas casas mais abonadas. Lembro-me de ver, em casa da minha avó, um louceiro com o serviço que restou de tempos de maior abundância. Aliás, nas partilhas com os meus irmãos ficaram para mim um prato coberto e dois pratos, mas a decoração não é tão exuberante e invulgar como o prato do Manel.
    Parabéns pela aquisição e um obrigada pela partilha.

    if

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    1. Ivete

      Estes azuis mais escuros e esta decoração mais preenchida são típicos da produção inglesa mais antiga, das três primeiras décadas do XIX e por essa razão não aparecem tanto no mercado. Em todo o caso, são peças cheias de charme e que se compram a muito bom preço.

      Bjos e espero que tenha tido uma boa Páscoa

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  3. Lindíssimo prato, Luís!
    Sempre tive um fraquinho pela produção Davenport e reuni alguns exemplares, mas este encanta pelo motivo e pelas tonalidades de azul!
    Continua com olho para desencantar coisas belas, o Manel!
    Nunca mais comprei nada, mas continuo a guardar com carinho e apreço os meus tesouros. O mesmo fazem os meus amigos...
    Espero que tenham tido uma Boa Páscoa e que esteja tudo bem!
    Abraços

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    1. Maria Andrade

      A Davenport deve ter encontrado em Portugal um belíssimo mercado e é fácil descobrir nas feiras de velharias muita louça desta antiga fábrica inglesa.

      O Manel tem uma colecção muito gira de faiança inglesa e ando com vontade de mostrar mais peças suas, algumas deslumbrantes como o motivo Reno. Enfim, ocasiões não irão faltar. Bjos e espero que também tenha tido uma Páscoa feliz junto dos seus

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  4. O prato me encantou, Luis. Muito bonito, gostei dos tons de azul. Também gostei das azeitoneiras, muito graciosas.
    Meu amigo, por agora, vou me despedindo, deixando um beijinho e um abraço do Brasil.
    Até breve e tenha um ótimo final de semana, com flores primaveris perfumadas e coloridas, que alegram a nossa vida.

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    1. Maria Glória

      A louça inglesa do século XIX é um charme e aqui pelas terras lusitanas compra-se a bom preço, já que aquilo que os compradores mais valorizam é a faiança portuguesa da mesma época. Tenho um gosto eclético e tanto aprecio as peças mais ingénuas da faiança portuguesa, como estas peças inglesas muito bem executadas.

      Bjos

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  5. Chego sempre atrasado, pois nem sabia que tinhas feito o post. Esta correria não me dá tempo para chegar a todo o lado.

    Ainda bem que colocaste este prato, pois gosto não só da cor como do próprio motivo.
    Quando o comprei, o vendedor, que sabe que gosto de faiança, perguntou-me a medo se o prato era velho que chegasse para mim. Retorqui que me encantava o prato e disse-lhe que já teria alguma idade ... e ele: talvez alguns 80 anos? (não entendi esta dos 80, porquê este número e não 50 ou um século, ou século e meio, formas de datar que seriam, para leigos na matéria, mais comuns).
    Não sabendo com certeza a idade do prato, mas reconhecendo que seria mais velho que isso, informei-o que teria talvez o dobro.
    Com certeza seria o senhor a experimentar o que eu diria, ou então a gozar comigo, pois o prato estava marcado e facilmente poderia ter feito uma pesquisa na net e calcular de forma genérica a sua idade.

    Quero agradecer as palavras de gentileza e simpatia da Maria Paula, da Ivete e da Maria Andrade.
    Espero que tenham tido igualmente uma boa Páscoa, sobretudo na companhia dos seus
    Manel

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    1. Manel

      Nós normalmente usamos os séculos como unidade principal de medida do tempo, mas não deixa de ser curioso o vendedor definir o antigo usando como unidade de medida os 80 anos. Talvez tenha atirado com esse número, porque 80 é o tempo de uma vida.

      Um abraço

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