Não é preciso ir Museu Nacional do Azulejo para ver colecções estupendas daquele revestimento cerâmico. Muitas cidades e vilas do País apresentam aqui e ali apontamentos azulejares, que nos deixam de boca aberta de admiração.
Em Alcácer do Sal, uma terra com um ar mourisco encantador descobri um chafariz, no Largo Aragão Mascarenhas, onde no alto se encontra um painel quinhentista, contendo uma caravela daquelas, que nós imaginámos nos descobrimentos portugueses a percorrer os mares da Índia e aportar ao Brasil. Representando as armas da vila, o painel está datado do ano de 1592 e tem uma inscrição latina, SALACIA URBS IMPERATORIA, que era o nome que os romanos davam à localidade.
Enfim, o tema da caravela não surge ao acaso, já que Alcácer do Sal foi desde sempre um porto de importante e participou activamente nos descobrimentos fornecendo madeira de Pinheiro Manso, que se encontra em abundância na região, para a construção naval.
Depois, uns dez minutos, mais tarde, um pouco mais abaixo, em frente à igreja de Santiago, encontrei mais um painel de Alminhas do Purgatório. Estas Alminhas são francamente mais barrocas e movimentadas, do que aquelas que aqui tenho mostrado, nos meus posts de 16 de Julho e 12 de Agosto. Aliás, ando com vontade de fazer uma colecção de fotografias de Alminhas do Purgatório, não sei exactamente para quê, mas o ser humano é um coleccionador compulsivo. Desejamos sempre apropriamo-nos daquilo que vemos e como fomos educados a não roubar, fotografamos, desenhamos ou compramos réplicas para poder possuir os objectos, que gostámos.
Em Alcácer do Sal, uma terra com um ar mourisco encantador descobri um chafariz, no Largo Aragão Mascarenhas, onde no alto se encontra um painel quinhentista, contendo uma caravela daquelas, que nós imaginámos nos descobrimentos portugueses a percorrer os mares da Índia e aportar ao Brasil. Representando as armas da vila, o painel está datado do ano de 1592 e tem uma inscrição latina, SALACIA URBS IMPERATORIA, que era o nome que os romanos davam à localidade.
Enfim, o tema da caravela não surge ao acaso, já que Alcácer do Sal foi desde sempre um porto de importante e participou activamente nos descobrimentos fornecendo madeira de Pinheiro Manso, que se encontra em abundância na região, para a construção naval.
Depois, uns dez minutos, mais tarde, um pouco mais abaixo, em frente à igreja de Santiago, encontrei mais um painel de Alminhas do Purgatório. Estas Alminhas são francamente mais barrocas e movimentadas, do que aquelas que aqui tenho mostrado, nos meus posts de 16 de Julho e 12 de Agosto. Aliás, ando com vontade de fazer uma colecção de fotografias de Alminhas do Purgatório, não sei exactamente para quê, mas o ser humano é um coleccionador compulsivo. Desejamos sempre apropriamo-nos daquilo que vemos e como fomos educados a não roubar, fotografamos, desenhamos ou compramos réplicas para poder possuir os objectos, que gostámos.
Olá Luís,
ResponderEliminarAcho q é um óptimo projecto esse de fazer um levantamento fotográfico das Alminhas em azulejo ou de outros painéis azulejares antigos.
Quem sabe, com os conhecimentos q tem sobre arte e azulejaria, um dia podia fazer uma publicação, restringindo o levantamento a determinada área geográfica, como já vi para certas zonas, não me lembro onde.
Eu também gosto de fotografar elementos arquitectónicos. Agora ando numa de fotografar apontamentos Arte Nova aqui nó meu concelho. Também não sei para quê mas pelo menos poderei mostrá-los no meu blogue e sempre se faz alguma sistematização do q existe.
Um abraço,
Maria A.
Estou curioso em ver essas fotografias sobre arte nova no seu Concelho.
ResponderEliminarLembro-me que na estrada entre a Figueira e Aveiro havia imensas casas lindas dos finais do século XIX, príncipos do XX, que bem pediam para ser fotografadas.
Abraços
Luís
Qualquer dos painéis é lindíssimo, sendo, evidentemente, o segundo, mais recente.
ResponderEliminarOs elementos arquitectónicos barrocos parecem ter mais impacto, até mais belos, quando em tons de azul, talvez porque esteja mais habituados a vê-los nesta cor.
E, enquanto as almas que aparecem nos outros, mais singelos e rudes, representam seres assexuados, aqui os sexos são bem diferenciados, as formas voluptuosas a convidarem quase ao pecado, e a caveira tem pouco de morta, possui até algo de vida, como aquelas caras usuais no "halloween".
Não estou nada de acordo com o que dizes, pois, ainda que pareça que não serve para nada, sempre se faz inventário e com certeza organizam-se melhor as ideias para posterior classificação ... para não falar da beleza que se espalha pelo espaço virtual!
E como até te dá prazer, toca a fotografar ... nunca se sabe o que serás capaz de fazer no futuro.
Pode-se até pedir para que se façam réplicas à nossa amiga.
Manel
Luís
ResponderEliminarSão lindos os painéis que nos mostra aqui.
O padrão do primeiro painel,fez-me recordar a ilustração de um dos meus livros de escola primária.
O segundo, confirma a ideia que tenho, de que as alminhas do Norte do país, têm representações muito menos ingénuas. Talvez a preferência pela policromia,surta esse efeito; as labaredas pintadas a amarelo e cor-de-laranja, são de um realismo assustador.Dir-se-ia até, que estas alminhas, já estão no inferno.
As que nos tem mostrado aqui são muito suaves,as expressões não mostram dor,nem sofrimento,percebe-se que imploram perdão... Ai, ai que estou a divagar.
Mas caro Luís, o que me traz aqui hoje é outro motivo, que não os belos painéis de Alcácer.
Embora atrasada, venho dar-lhe os parabéns pelo primeiro aniversário do seu excepcional blogue, que consegue conjugar informação, bom gosto e uma escrita que induz à leitura.
Espero que continue por muito, muito tempo.
Um abraço
Maria Paula
Olhe, Luís, já descobri o mistério da ampliação ou não das fotos, porq está a acontecer o mesmo comigo. Sempre q uso fotografias q guardo no computador tiradas com a minha máquina, ampliam; as q vou buscar a sites da net ampliam ou não conforme o tamanho do original.
ResponderEliminarEt voilá!
Abs
Maria A.
Maria Paula
ResponderEliminarObrigado pelo seu simpático comentário e pelos parabéns.Tento sempre não aborrecer os outros nos textos que escrevo.
Penso que a arte barroca portuguesa não é macabra. Apresenta um lado doméstico e intímo ou um aspecto mais teatral.
Tenho que procurar alminhas do século XVIII no Norte, para compara-las. As que conheço são já do século XIX, quando a arte sacra perde graça
Abraços
pesquisando sobre esta fonte, vim aqui parar! Ainda bem! Fiquei encantada com o seu levantamento. Só uma sugestão: não dava para ampliar um pouco mais as fotografias? Vou ficar atenta, até porque ainda não consegui explorar tudo!
ResponderEliminarBem haja!
Judite
Cara Judite
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário tão simpático.
Quanto às fotografias, na época em que escrevi este post a tecnologia do blog só permitia ampliar a primeira foto e não me pergunte porquê. Nos posts mais recentes, já é possível ampliar todas as fotos. Em todo o caso, nunca se pode pôr imagens muito pesadas, pois a Google estabelece um limite no armazenamento de imagens para cada utilizador. Enfim, informatiquices.
Um abraço