Avis é uma terra mais ou menos perdida no centro do Alentejo, todavia com carácter, diria mesmo com uma certa nobreza. A vila foi sede da poderosa ordem de Avis, que chegou a ser dona de quase metade do Alentejo.
A sede da antiga ordem de Avis |
Dominando o lado nascente da vila, existe um edifício, que albergou a sede daquela ordem militar e que, apesar da ruína em que se encontra, permite ver bem a importância por ela desempenhada. Um dos seus mestres chegou mesmo a rei, D. João I, que derrubou a legítima dinastia de Borgonha, criando uma nova casa real com o nome de Avis. Hoje, a Ordem de Avis é uma mera condecoração que se dá aos militares, GNR’s e Polícias.
Como na maioria das terras alentejanas, o património está bem conservado e há conjuntos arquitectónicos muito interessantes, cujas fotografias, que aqui publico dão alguma ideia.
Porta Manuelina |
Mas, pessoalmente, o melhor símbolo da grandeza de Avis, que encontrei foi esta gárgula posta no alto de uma velha casa da vila. Embora seja certamente uma peça em terracota do século XIX ou quanto muito do XVIII, transporta-nos a uma Idade Média, povoada por dragões, onde cavaleiros lutavam contra os mouros para libertar belas princesas cativas.
Olá Luís. Faz hoje um ano que aí estive. Senti a opulência do passado em quase ruína numa cidade quase deserta. Calcorri calçadas de mármore sempre a subir de mão dada com a minha mãe, aniversariante - talvez por isso não reparei na gárgula...sem dúvida linda...
ResponderEliminarNão encontrei uma padaria aberta, apenas vi uma carrinha que vendia pão de Abrantes...sei que fiquei desolada...haveria de o comprar e do bom na Casa Branca.
Hoje estou de saída para novo aniversário, desta vez junto ao mar na zona do Vimeiro - só mulheres - somos 4...vim registar o euromilhões, acordei com a chave na cabeça...
Não podia divagar mais nesta sexta feira
Bom fim de semana
Beijos
Isabel
Maria Isabel
EliminarObrigado pelo seu comentário. Como quase todas as localidades do interior do País, Avis é uma terra de velhos. O calor também não convida a andar na rua. Julgo que daqui a uma ou duas décadas o interior ainda estará mais vazio.
Ficarão as gárgulas a vigiar as vilas esquecidas.
Olá Luís
ResponderEliminarA diversidade dos seus posts é assombrosa. Realmente, a gárgula que nos mostra, transporta-nos para a Idade Média e as suas pequenas igrejas românicas, com as gárgulas nas laterais das fachadas. Existe uma igreja na aldeia de Azinhoso, Mogadouro, com gárgulas fabulosas. A sua análise seria um estudo interessante. Também as gárgulas da Torre do Tombo, pela sua imponência e modernidade, apontam para as formas medievais.
Cumprimentos.
if
If
ResponderEliminarObrigado. Estas gárgulas são elementos funcionais, pois servem para escorrer águas das chuvas e ao mesmo tempo decorativas e muito imaginativas. Se tivesse tempo dedicava-me a estudar este tipo de coisas. Por exemplo, de que época, será esta gárgula? Terá vindo de Estremoz, terra com tradição na cerâmica ou de umas das fábricas do Porto e Gaia? Há tanta coisa para estudar na arquitectura tradicional portuguesa.
Um abraço
Olá Luís,
ResponderEliminarConheço mal Avis, só lá passei uma ou duas vezes, mas mais uma vez um post seu mostra como em qualquer terra do nosso país se podem encontrar motivos de interesse, com arte e história. Esta é uma riqueza que nos diferencia e cuja preservação deveria ser uma grande aposta local e nacional.
Se a motivação para a gente que nos tem governado são sobretudo os cifrões, convém lembrar que estas coisas também rendem no turismo cultural...
Beijos
Maria Andrade
ResponderEliminarO turismo cultural pode ser uma fonte de rendimento muito mais sólida que o o turismo de praia. Com efeito, milhões de pessoas visitam por Praga, a velha capital checa e fazem-no não pelo clima, que é horrendo, não pelas praias, que não teem e nem pela pela nocturna que é chocha. Os turistas acorrem a Praga para ver monumentos, museus e sobretudo para ver um um conjunto urbano dos mais bem conservados de toda a Europa.
Talvez se pudesse promover estas terras do interior, que ainda não foram destruídas pela suposta modernização. Sei que é fácil, propôr soluções num blog. O complicado é realizar projectos.
Bjos