Como sinto uma atracção irresistível por tudo aquilo que o Manel designa por beatices, quando vi esta peça em madeira folheada a ouro, num impulso comprei-a e voltei com ela para casa todo contente.
Depois, limpei-a com um algodão embebido em água do Luso e comecei a reparar, que para além da medalha em cera com o Agnus Dei, havia mais qualquer coisa nela, um pedacinho de tecido, bordado a fio de ouro e contendo palavras. Mas, como alguns dos fios estavam soltos e caiam parcialmente sobre o texto, não conseguia ler o que lá estava escrito. Além disso, o vidro estava muito sujo por dentro, o que não ajudava nada à leitura. Não me atrevi a retirar o vidro com medo de danificar a peça e esperei pela vinda do Manel, que se esquece logo de todos os cansaços e maleitas deste mundo, quando tem um destes trabalhos de minúcia pela frente. De facto, quando o Manel foi a minha casa conseguiu com muito jeito tirar o vidro, depois limpou o medalhão de cera e pôs no lugar os fios soltos no pedacinho de tecido.
Vestimenta de N. SS. mo Pe S. D.os |
Depois destes trabalhos feitos, confirmei que o pequeno registo em pano, tinha bordadas umas palavras, que formavam a frase Vestimenta de N. SS. mo Pe S. D.os. Desenvolvendo estas abreviaturas todas, que são tradicionais em Portugal, o texto seria qualquer coisa como Vestimenta de Nosso Santissimo Padre S. Domingos. Porém, o título Santíssimo Padre é uma expressão reservada ao Papa e portanto o desenvolvimento da última abreviatura deveria ser antes S. Dâmaso, um santo natural do território que é hoje Portugal e que ocupou o trono de S. Pedro entre 366 e 384 e que foi sepultado em Roma, numa igreja que tem o seu nome.
Portanto, o registo continha uma relíquia, um pedacinho de uma veste de S. Dâmaso.
Portanto, o registo continha uma relíquia, um pedacinho de uma veste de S. Dâmaso.
No topo, uns fragmentos de madeira, certamente uma relíquia do Santo Lenho |
Nestes trabalhos de limpeza, o Manel e eu reparámos também nuns fragmentos de madeira, formando uma cruz e pelo contexto percebemos que se tratava também de outra relíquia, certamente um pedacinho do Santo Lenho, isto da cruz onde foi martirizado Jesus Cristo.
Também resultante da limpeza, consegui ler algumas inscrições do medalhão de cera, nomeadamente o nome do Sumo Pontífice, que abençoou a medalha, o Papa Bento XIV, cujo pontificado decorreu entre 1745 e 1758. Portanto, esta medalha de cera feita com os restos das velas das igrejas romanas, benzida pelo Papa e à qual se atribuíam poderes de protecção especiais contra doenças, tempestades e outras desgraças foi executada entre 1745 e 1758.
Medalha de cera benzida pelo Papa Bento XIV entre 1745 e 1758 |
Conclui assim que este meu objecto dourado é na verdade um relicário, mandado fazer por alguém, para colocar as suas 3 relíquias mais preciosas, um santo lenho, uma medalha com o Agnus Dei benzida pelo Papa e os restos de uma veste de S. Dâmaso. Esta tipologia de relicário é comum em Portugal ao longo dos séculos XVII e XVIII e designa-se por relicário Ostensório, pois a sua forma reproduz a de uma custódia. Encontrei vários exemplares no matriz.net, pertencentes a vários museus portugueses.
Relicário Ostensório de Sta. Francisca Romana do Museu de Grão Vasco |
O meu Ostensório relicário será talvez uma coisa do século XVIII ou mesmo XIX. Claro, a autenticidade das relíquias, nem as vou discutir. Duvido muito que um tecido do século IV chegasse aos nossos dias e quanto às lascas de madeira terem pertencido ao Santo Lenho, só me recordo do célebre comentário de Erasmo de Roterdão, que afirmava que todos os verdadeiros pedaços da Santa Cruz existentes na Europa dariam para construir um navio.
Mas a crença nas relíquias e nos seus poderes era muito forte e muito enraizada na mentalidade dos católicos. Começou logo nos primeiros tempos do Cristianismo, quando as pessoas queriam ser sepultadas ao lado dos mártires das perseguições religiosas do Séc. III, pois acreditavam que estes seriam os primeiros a levantar-se no momento da Ressureição e por conseguinte, por um fenómeno de proximidade, aproveitariam a boleia dos santos mártires até ao paraíso. Este fenómeno em que se acredita que os poderes dos santos estão ainda presentes nos seus restos (reliquiae, quer dizer em latim restos) vai crescendo com tanta intensidade, que se começam a levantar igrejas em cima das sepulturas dos santos e os seus despojos mortais são enterrados sob o altar. Mais os restos dos mártires começam a ser retalhados e a serem cedidos para fundarem outras igrejas sob a invocação desses mesmos santos. Por exemplo, o nosso Rei D. Manuel, quando fundou a igreja de S. Roque em Lisboa pediu uma relíquia do referido Santo à Senhoria de Veneza, em Itália. Era a relíquia que dava força e santidade a uma igreja. De tal forma, que por vezes na memória popular, se confundiu a transladação de uma relíquia, com a própria presença do santo num território, onde este nunca havia postos os pés na sua vida terrena.
Mas a crença nas relíquias e nos seus poderes era muito forte e muito enraizada na mentalidade dos católicos. Começou logo nos primeiros tempos do Cristianismo, quando as pessoas queriam ser sepultadas ao lado dos mártires das perseguições religiosas do Séc. III, pois acreditavam que estes seriam os primeiros a levantar-se no momento da Ressureição e por conseguinte, por um fenómeno de proximidade, aproveitariam a boleia dos santos mártires até ao paraíso. Este fenómeno em que se acredita que os poderes dos santos estão ainda presentes nos seus restos (reliquiae, quer dizer em latim restos) vai crescendo com tanta intensidade, que se começam a levantar igrejas em cima das sepulturas dos santos e os seus despojos mortais são enterrados sob o altar. Mais os restos dos mártires começam a ser retalhados e a serem cedidos para fundarem outras igrejas sob a invocação desses mesmos santos. Por exemplo, o nosso Rei D. Manuel, quando fundou a igreja de S. Roque em Lisboa pediu uma relíquia do referido Santo à Senhoria de Veneza, em Itália. Era a relíquia que dava força e santidade a uma igreja. De tal forma, que por vezes na memória popular, se confundiu a transladação de uma relíquia, com a própria presença do santo num território, onde este nunca havia postos os pés na sua vida terrena.
Altar das Relíquias do Museu de S. Roque |
Este gosto pelas relíquias foi sempre crescendo de intensidade por toda a Europa. Pedacinhos de tecido, dentes, unhas, tíbias, fragmentos de crânio, uma sandália ou um fio de cabelo são venerados, cobiçados e guardados em caixas feitas em ouro, prata e tartaruga e decorados com pedras preciosas. Filipe II de Espanha constitui no Escorial uma das maiores colecções de sempre desses estranhos objectos, cujo número total chegaria às 7 mil unidades. Em Portugal, a igreja de S. Roque em Lisboa guarda também uma colecção absolutamente preciosa de relicários, que toda a gente deve visitar, mesmo que não se tenha fé de qualquer espécie, pois são verdadeiras obras de arte de ourivesaria, talha e escultura.
Hoje, todo este hábito de guardar e venerar, unhas, cabelos, falanges e dentes de autenticidade duvidosa parece-nos ridículo e macabro. Mas estas sociedades que veneraram as relíquias eram afectadas por taxas de mortalidade infantis altíssimas, epidemias terríveis e guerras constantes. Esses homens morriam de uma simples gripe e o parto para muitíssimas mulheres era uma fatalidade inevitável. A relíquia correspondia a uma necessidade desses seres humanos de acreditarem, que podiam dominar de alguma forma um destino demasiado incerto e uma realidade ameaçadora.
E afinal quem os pode levar a mal por venerarem um fragmento da túnica de S. Dâmaso, se hoje há quem pague preços astronómicos por uns óculos que pertenceram ao Elvis Presley ou se extasie perante um brinco, que a Madonna perdeu num espectáculo. Talvez muitos de nós ainda acreditemos, que o espírito das pessoas se passe para os objectos e talvez seja também por essa razão que sou um coleccionador de velharias e memórias.
Alguma Bibliografia:
Esplendor e devoção : os relicários de S. Roque. Lisboa: Santa Casa da Misericórdia, [1998]
Relíquias e relicários / Leonor D'Orey, Nuno Vassallo e Silva. Lisboa: MNAA, 1996
Luís,
ResponderEliminarMais uma extraordinária peça que possibilitou um exercício de dedução e de investigação aliciante.
Bom fim de semana!
Fantástico o seu texto,parabéns pela paciência demonstrada ao fazer essas investigações tão interessantes.uma sua fã,Graciete
ResponderEliminarOlá ,Luis
ResponderEliminarMais uma peça muito interessante para os seus seguidores
Essa sua faceta de coleccionador...é um regalo para os nossos olhos
Dizemos que um dia vamos parar de coleccionar coisas antigas mas...quando?
Eu não consigo parar ,tal o fascinio pelas velharias e antiguidades
Nós TEMOS que parar,mas o Luis e o Manel,por favor,nunca mas NUNCA parem.
Tudo aquilo que nos mostram , são autenticas preciosidades
Uma beleza
E como sempre,lá tem o Luis a preciosa ajuda do seu bom amigo Manel
E vice-versa
Com a ajuda do seu bom amigo,descobriu uma reliquia preciosa
Um beijinho para o Luis
E como sempre ,da minha parte outro para o Manel
Cara Ana
ResponderEliminarEstas peças das quais nada se sabe e depois se consegue encontrar alguma informação são as mais fascinantes. Claro, há sempre a possibilidade que me tenha enganado na leitura do nome do santo, mas julgo que é provável que se refira a S. Dâmaso, um papa nascido no território que é hoje Portugal, de outra forma não se teria empregue a expressão Nosso Santíssimo Padre.
Um abraço
Cara Graciete, muito obrigado pelas suas palavras encorajadoras. Senti de facto muito gozo a fazer o texto sobre este relicário.
ResponderEliminarUm abraço
Cara Grace
ResponderEliminarTudo o que eu colecciono é muito pequeno e não ocupa muito espaço e também é verdade que me vou desfazendo de uma peça ou outra. por outro lado, o Manel vai permitindo que o Blog das Velharias visite muitas vezes a sua casa, que é um manacial de pequenas histórias por contar.
Bjos e obrigado
Olhe Luís, fico muito satisfeita por si, que juntou mais um pequeno tesouro à sua coleção, e pela peça, que caiu em muito boas mãos e foi devidamente tratada. E imagino a excitação de ter descoberto os dois bonus que são as pequenas relíquias, uma com uma preciosa legenda. E mais uma vez ter levado a cabo uma pesquisa com resultados muito convincentes!
ResponderEliminarEu não sei se teria ousado trazer um objeto destes para casa, sabendo de antemão que não o saberia limpar e valorizar como fizeram o Luís e o Manel. Já me aconteceu adquirir peças emolduradas em mau estado que pensava conseguir recuperar com facilidade e depois a coisa complica-se...
Parabéns, Luís e Manel! E gostei muito do texto.
Abraços
Caro Luis
ResponderEliminarExcelente
Vitor Pires
Maria Andrade
ResponderEliminarNo geral, este relicário ostensório não estava em mau estado. A limpeza exterior foi só feita com um algodão humedecido.
De facto, a parte pior foi retirar o vidro, limpar a medalha de cera e colar os fios soltos do registo com a relíquia de S. Dâmaso. Mas, gaças a Deus que para essas partes mais miúdas posso contar com a vista aguçada e a mão firme do Manel.
A operação de retirar o vidro ainda provocou uma ou outra esbeiçadela, que depois repintei de dourado.
Bjos
Cara Vítor
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu comentário.
Um abraço
A peça é bonita, mas encontrava-se muito suja.
ResponderEliminarSuponho tenha estado durante mais de uma centena de anos num qualquer oratório, sujeito a fumo que, presumo, ter sido de velas, pois o algodão das cotonetes com que limpei, vinhas castanho acinzentado.
De tal forma que de início tive receio que fosse alguma pintura, resultante de uma patine propositada, que estivesse a revestir o objeto, mas reparando bem, tal hipótese descartei-a. Era sujidade mesmo.
E tu fizeste um bom trabalho de pesquisa.
Quanto a ser o tal de Dâmaso, não sei não. Talvez, mas não me parece bater certo com as letras que lá se encontram. O "s" no final da abreviatura do nome não me parece bater certo.
Mas quem sou eu, um leigo nesta matéria de beatice.
Não quero deixar de agradecer as amáveis palavras da Grace e da Maria Andrade, cuja presença aqui no teu blog é uma mais valia.
Quanto a mim, continuo a dedicar-me à "rataria" ... :-)
Manel
Manel
ResponderEliminarA tua ajuda foi preciosa na limpeza deste relicário.
Quanto à relíquia, a expressão "Nosso Santissimo Padre", refere-se a um Papa. Papas canonizados cujo nome começasse por "D" só houve um, S. Dâmaso e ainda para mais nasceu no território que é hoje Portugal. É natural, que por estas bandas S. Dâmaso suscitasse mais devoções. Julgo que o "s" que lemos nos final da abreviatura será um arrebique do bordado ou o lacinho do "o". A abreviatura que está lá parece-me realmente "S. Dº"
Em todo o caso, não estou inteiramente certo, mas parece-me a hipóteses mais plausível.
Abraço
Luís, embora eu achasse à partida que tinha toda a lógica o raciocínio que o levou a atribuir a relíquia bordada a uma veste do Papa Dâmaso, já que é referido como Nosso Santíssimo Padre, depois de ler o comentário do Manel (sempre generoso a meu respeito, obrigada) prestei mais atenção à legenda e também a meus olhos a abreviatura aponta mais para Domingos. Depois ocorreu-me que sendo S. Domingos o fundador da Ordem Dominicana, os frades dessa congregação se lhe poderiam referir como “Nosso Santíssimo Padre”, sendo ele santo e chamando-lhe eles Pai, porque encontrei “Nosso Pai” e “Nosso Santíssimo Patriarca” no blogue de um dominicano. Veja aqui: http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.pt/2012/05/festa-da-trasladacao-de-nosso- pai-sao.html
ResponderEliminarA ser assim, o seu relicário ostensório terá pertencido a uma igreja ou capela de uma congregação dominicana... Será?
Além disso, graças à Santa Internet, fiquei a saber que há relíquias da capa de S. Domingos; quanto a S. Dâmaso não encontrei referência a relíquias, mas graças a si fiquei a conhecê-lo e a saber que fez uma grande obra na organização da Igreja no séc. IV... e era de Guimarães!!!
Mudando de assunto, fiquei com a pulga atrás da orelha com a referência do Manel à “rataria” :) Será que se está a referir à faiança ratinha? Fico curiosa...
Abraços
É isso mesmo Maria Andrade, é isso mesmo. Tenho encontrado variadas peças e algumas tão interessantes que não resisto. Tenho é de ter cuidado com a bolsa e devo vigiá-la constantemente, senão é um "Deus Nosso Senhor nos acuda" :-(
EliminarManel
Maria Andrade
ResponderEliminarDe facto, estive a conversar com uma colega minha do Museu, a Celina Bastos, que se inclina mais para que a relíquia seja de S. Domingos, ou enfim, foi comprada como tendo-lhe pertencido. Se quem bordou aquelas letras quisesse referir-se a um Papa, usaria a expressão Santo Padre. Ainda que empregasse o título Santissimo Padre tenderia a não abreviar o nome.
Bjos e obrigado pelas sugestões que acrescentaram informações úteis a este post.
Olá, Luís! Escrevo desde o extremo sul do Brasil, e sou, há tempos, seguidor do teu blog (cá nós não tratamos por "você": é "tu", ou "o senhor", e não serei eu a dar-te foros de ancianidade...); inclusive porque também sou ajuntador de velharias, com ênfase, como tu dizes, nas "beatices". Tenho um relicário também com um Agnus Dei, benzido por Pio VI em 1775 e mais 54 relíquias as mais diversas. A diferença é que são dispostas em dois conjuntos, fechados em um estojo que se abre em duas partes iguais (a outra parte tem, ao centro, uma pintura que copia a Santa Face de um dos supostos véus da Verônica). Concordo com a Maria A. de que a relíquia seja das vestes de S. Domingos (não da capa, que era negra), uma vez que a inscrição está em português e a abreviatura D.os não pode ser outra.
ResponderEliminarBem, mas, hoje acessei o blog justamente por ter encontrado na página "Barroco Brasileiro" do Facebook uma foto da tua Sant'Ana de espuma-de-mar, só que identificada como sendo de marfim de Macau e sem procedência da foto. Naturalmente fiz um comentário corrigindo e indicando a página do blog. Aqui no Brasil se veem muitas barbaridades nessa área. Abraços e minhas sinceras felicitações pelo blog, onde eu aprendo muito! Jonas
Caro Jonas
EliminarMuito obrigado pelo teu comentário!!!
Fartei-me de rir com o que contaste acerca da minha Santa Ana em espuma de mar ter aparecido num site qualquer como uma peça de marfim proveniente de Macau!!!
Tomara eu que fosse de Marfim. Seria uma peça muito mais valiosa. A espuma-de-mar era um material muito mais barato e menos nobre que o Marfim. Além disso estas imagens em espuma-de-mar eram uma especialidade francesa e eram vendidas em santuários como Lourdes e outros espalhados pela França fora, cuja existência está hoje um pouco esquecida, nesta era de descrença em que vivemos. É por isso que não podemos confiar em tudo que está escrito na internet. Temos que recorrer também aos livros para confirmar as nossas opiniões.
Agora também sou de opinião que a relíquia será um fragmento de uma veste de S. Domingos ou pelo menos foi comprada como tal. O hábito era preto e branco. um dia voltarei ao assunto aqui no blog.
Os relicários são objectos fascinantes.
Um abraço lisboeta
Ao autor do Blog:
ResponderEliminarO termo utilizado, "Santíssimo Padre", logicamente refere-se aos Papas, PORÉM ESTA É UMA ATRIBUIÇÃO TARDIA. À época em que o Relicário foi confeccionado, porém, na Idade Média e in´picio da Idade Moderna, podemos encontrar este termo sendo utilizado prioritariamente para FUNDADORES DE ORDENS RELIGIOSAS (São Francisco de Assis, São Bento...). A preciosidade que você tem em mãos nada mais é do que UM FRAGMENTO DO HÁBITO RELIGIOSO UTILIZADO POR SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO, FUNDADOR DA ORDEM DOS DOMINICANOS.
Quanto à integridade de tecidos de mais de 1.500 anos, não se preocupe: muitas vezes, exploradores que entraram em tumbas de Faraós ou outras espalhadas por aí relataram que encontraram as roupas em perfeito estado de conservação. não dá pra usar (rsrsrsr), mas se pode tranquilamente encontrá-las em condições de manipulação sem que se deteriorem com o toque manual.
Espero ter contribuído um pouco a mais para este conhecimento.
E, por favor, cuidem muito bem desta peça. Na verdade, seria bom que vocês a doassem a alguma Igreja governada por Dominicanos, ou remetessem a peça ao Governo Geral da Ordem. Porém, já que vocês tem um grande carinho pelas peças antigas, guardem, e deixem-na em Testamento para a Ordem Dominicana. Creio que eles ficarão muito felizes em saber que vocês conservaram com afinco estas Relíquias.
Com uma bênção especial,
Dom Tarcisio, Obl.OSB
Dom Tarcísio
EliminarObrigado pelos seus esclarecimentos muito bem fundamentados. Com efeito, também estou agora convencido que se trata de uma relíquia, que terá pertencido a S. Domingos de Gusmão. Se o fragmento é "verdadeiro" ou não, isso é um pormenor secundário. O que interessa é que durante cerca de 250 anos foi venerado como contendo alguma força e santidade daquela figura da Igreja e esse culto, é o que empresta um valor simbólico a este pedaço de madeira dourada, que contem 3 pequenas relíquias, o tecido, um pedaço do Santo Lenho e a medalha com cera, feita das velas das igrejas de Roma.
Ainda não estou numa fase de me preocupar com o futuro de todos estes objectos que fui acumulando. Enfim, tenho filhos e pode ser que estes se interessem por este tipo de peças. Pela minha parte, aprecio arte sacra e normalmente sempre que adquiro um registo, uma imagem ou uma relíquia como esta, procuro estudar os objectos. Portanto, toda esta panóplia de peças religiosas que enchem a minha casa é estimada e conservada.
Um abraço e muito obrigado pela sua bênção
Peço perdão para uma pequena observação que pode lhe ser útil. Sou Franciscano e estudo iconografias e reliquias.
ResponderEliminarO termo "N. P." "Nosso Pai" é usado pelas Ordens religiosas para designar seus fundadores, no meu caso as reliquias de meu fundador aparecem como "N. P. S Francisco" ouso o palpite de que essa sua reliquia seja de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, todas as suas reliquias vem designadas com esse N.P. Acredito que se fosse de São Damaso estaria como S. Damasus PP.
Parabens, é algo de fato muito precioso.
PS. O hábito dos dominicanos é branco.
Caro Alex Bastos
EliminarMuito obrigado pelo seu contributo para esta discussão tão interessante. Hoje, estou também estou convencido de que se trata de uma relíquia de S. Domingos de Gusmão. Só ainda não alterei os primeiros parágrafos do texto por pura preguiça, mas prometo fazê-lo.
Sabe que embora não sendo crente, tenho uma paixão por arte sacra e sou um colecionador ávidos de beatices.
Um abraço e volte sempre a este blog
Boa tarde a todos... sou crente e em algumas "visoes" apareceu-me uma imagem que reconheci como sendo comum nas igrejas. pesquisei e descobri que era uma costodia/Ostensório... como poderei obter um. alguem me ajuda?
ResponderEliminarmeu mail: amgfaustino@gmail.com
Caro António Faustino
ResponderEliminarNão sei exactamente se pretende uma peça antiga ou nova. Existem ainda muitas ourivesarias, que fazem este tipo de trabalho em prata ou ouro para as igrejas. Se quiser peças antigas, vai ter que batalhar mais e andar pelas feiras de velharias, olx ou antiquários.
Boa sorte