Não é uma jarra nem muito antiga nem muito boa É uma coisa simples, decorada com umas faixas azuis no meio e nas extremidades. Será talvez uma peça dos finais do XIX ou até princípios do XX, destinada a enfeitar o altar dalguma capela de província ou o oratório de uma casa particular nem muito rica nem muito pobre.
A faiança malegueira no MNAA |
No entanto tem um formato em balaústre, que foi usado pelos oleiros durante centenas de anos e uma simplicidade, que a aproxima da faiança malegueira, essa loiça despretensiosa fabricada para uso dos conventos e outras casas religiosas desde o século XVI até ao século XIX. O Museu Nacional de Arte Antiga possui uma belíssima colecção dessa faiança branca. Aliás, na minha opinião pessoal, a vitrina da loiça malegueira é a exposição mais dramática e mais bem conseguida de toda a secção de cerâmica do Museu. Sempre que lá vou não deixo de me extasiar com esta loiça, cujo nome deriva da cidade espanhola de Málaga, pois os primeiros oleiros a fabricar faiança em Portugal eram oriundos daquela cidade da Andaluzia.
Mas esta minha jarra comprada baratinha na Feira de Estremoz não tem o valor da louça malegueira e nem sequer uma marca que a possa dignificar, como Miragaia, Massarelos ou o Rato. Esta jarrinha é como aquelas medíocres aspirantes a actrizes do Festival de Cannes, que os franceses designam por Starlettes. Contudo, como todas as Starlettes é fotogénica e fica lindamente perante as câmaras, sobretudo se tiver azulejos ou talha dourada como cenário.
Soberba na sua simplicidade...
ResponderEliminarUm abraço,
LM
Quando menos é muito mais.
ResponderEliminarLindissima.
Leonel Ferreira
Luís
ResponderEliminarA beleza está na simplicidade. Pode não ser das malegueiras, mas a sua "starlette" dignifica qualquer modesto altar de capela ou de um oratório particular.
if
Não é necessário que uma peça seja soberba para ter dignidade e ser verdadeira.
ResponderEliminarPelo menos não pretende ser o que não é, coisa rara nos dias que correm.
É algo que cumpre a sua função, não desprestigia o que se encontra na sua vizinhança, ou, melhor ainda, pela sua simplicidade e charme discreto vai bem com qualquer outra peça ou material afim
Manel
Caro Luís
ResponderEliminarA jarra, na sua simplicidade é um encanto e também não me escaparia.A sua discrição não ofusca o glamour dos azulejos e a talha dourada. Perfeita a combinação.
Bjs e bom fim de semana
Uma jarra muito bonita. O enquadramento é perfeito.
ResponderEliminarBom fim de semana!
LM
ResponderEliminarObrigado pelo comentário simpático. A simplicidade é realmente o factor que mais encante nesta jarra.
abraços
Caro Leonel
ResponderEliminarConcordo inteiramente consigo.
Um abraço
cara If
ResponderEliminarInfelizmente tenho pouco espaço em casa, mas gostaria de montar uma encenação de um oratório com estas jarras que fui comprando pouco a pouco, juntamente com alguns santos e uma maquineta. Enfim, esse projecto ficará para um dia em que tenha uma casa maior.
Um abraço
Manel
ResponderEliminarFoi a simplicidade desta jarra que me permitiu fotografa-la junto de uma talha dourada e de azulejos do século XVIII. Se tivesse uma decoração mais complicada não ficaria tão bem com azulejaria e talha barroca.
Um abraço
Maria Paula
ResponderEliminarMuito obrigado e um bom fim-de-semana também para si
Bjos
Cara Ana
ResponderEliminarDevo ter gasto umas 40 fotografias com esta jarra. Experimentei 5 ou 6 cenários em minha casa e nenhum me satisfez. Finalmente coloqueia-a no chão junto a um painel de azulejos e aos restos de uma talha dourada de uma igreja, deitei-me no chão a fotografa-la e o cenário ficou perfeito.
Um abraço para si
É uma elegância a sua jarrinha de altar "starlette", com aquele bojo cordiforme e a cinturinha de vespa, um objeto simples mas muito desejável, a encaixar lindamente na sua coleção de faianças a azul e branco.
ResponderEliminarValeu bem a pena o esforço da sessão fotográfica, parece tê-la fotografado num altar barroco!
Parabéns por mais esta!
Bjs
Maria Andrade
ResponderEliminarNem tentei sequer fazer qualquer atribuição a esta jarra, de tal maneira ela é simples e com um formato tão repetido ao longo de décadas e décadas. Pode ter sido feita, em Coimbra, Aveiro, Porto, Viana, Gaia, Alcobaça ou até Lisboa. Julgo que aqui o que mais importava era valoriza-la do ponto de vista estético e salientar a continuidade de certas formas na faiança portuguesa.
Bjos
Boa noite, encontrei o seu blog por acaso, aproveito a oportunidade para o felicitar pelas suas partilhas e descobertas.
ResponderEliminarMandei-lhe um email no dia 6 de Maio, agradecia que responde-se se possivel!
Melhores cumprimentos
Aida Vale
Cara Aida
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu comentário
Um abraço