quinta-feira, 2 de maio de 2013

Une starlette


Não é uma jarra nem muito antiga nem muito boa É uma coisa simples, decorada com umas faixas azuis no meio e nas extremidades. Será talvez uma peça dos finais do XIX ou até princípios do XX, destinada a enfeitar o altar dalguma capela de província ou o oratório de uma casa particular nem muito rica nem muito pobre.

A faiança malegueira no MNAA
No entanto tem um formato em balaústre, que foi usado pelos oleiros durante centenas de anos e uma simplicidade, que a aproxima da faiança malegueira, essa loiça despretensiosa fabricada para uso dos conventos e outras casas religiosas desde o século XVI até ao século XIX. O Museu Nacional de Arte Antiga possui uma belíssima colecção dessa faiança branca. Aliás, na minha opinião pessoal, a vitrina da loiça malegueira é a exposição mais dramática e mais bem conseguida de toda a secção de cerâmica do Museu. Sempre que lá vou não deixo de me extasiar com esta loiça, cujo nome deriva da cidade espanhola de Málaga, pois os primeiros oleiros a fabricar faiança em Portugal eram oriundos daquela cidade da Andaluzia.

 Mas esta minha jarra comprada baratinha na Feira de Estremoz não tem o valor da louça malegueira e nem sequer uma marca que a possa dignificar, como Miragaia, Massarelos ou o Rato. Esta jarrinha é como aquelas medíocres aspirantes a actrizes do Festival de Cannes, que os franceses designam por Starlettes. Contudo, como todas as Starlettes é fotogénica e fica lindamente perante as câmaras, sobretudo se tiver azulejos ou talha dourada como cenário.

16 comentários:

  1. Soberba na sua simplicidade...
    Um abraço,
    LM

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  2. Quando menos é muito mais.
    Lindissima.

    Leonel Ferreira

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  3. Luís

    A beleza está na simplicidade. Pode não ser das malegueiras, mas a sua "starlette" dignifica qualquer modesto altar de capela ou de um oratório particular.
    if

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  4. Não é necessário que uma peça seja soberba para ter dignidade e ser verdadeira.
    Pelo menos não pretende ser o que não é, coisa rara nos dias que correm.
    É algo que cumpre a sua função, não desprestigia o que se encontra na sua vizinhança, ou, melhor ainda, pela sua simplicidade e charme discreto vai bem com qualquer outra peça ou material afim
    Manel

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  5. Caro Luís
    A jarra, na sua simplicidade é um encanto e também não me escaparia.A sua discrição não ofusca o glamour dos azulejos e a talha dourada. Perfeita a combinação.
    Bjs e bom fim de semana

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  6. Uma jarra muito bonita. O enquadramento é perfeito.
    Bom fim de semana!

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  7. LM

    Obrigado pelo comentário simpático. A simplicidade é realmente o factor que mais encante nesta jarra.

    abraços

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  8. Caro Leonel

    Concordo inteiramente consigo.

    Um abraço

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  9. cara If

    Infelizmente tenho pouco espaço em casa, mas gostaria de montar uma encenação de um oratório com estas jarras que fui comprando pouco a pouco, juntamente com alguns santos e uma maquineta. Enfim, esse projecto ficará para um dia em que tenha uma casa maior.

    Um abraço

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  10. Manel

    Foi a simplicidade desta jarra que me permitiu fotografa-la junto de uma talha dourada e de azulejos do século XVIII. Se tivesse uma decoração mais complicada não ficaria tão bem com azulejaria e talha barroca.

    Um abraço

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  11. Maria Paula

    Muito obrigado e um bom fim-de-semana também para si

    Bjos

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  12. Cara Ana

    Devo ter gasto umas 40 fotografias com esta jarra. Experimentei 5 ou 6 cenários em minha casa e nenhum me satisfez. Finalmente coloqueia-a no chão junto a um painel de azulejos e aos restos de uma talha dourada de uma igreja, deitei-me no chão a fotografa-la e o cenário ficou perfeito.

    Um abraço para si

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  13. É uma elegância a sua jarrinha de altar "starlette", com aquele bojo cordiforme e a cinturinha de vespa, um objeto simples mas muito desejável, a encaixar lindamente na sua coleção de faianças a azul e branco.
    Valeu bem a pena o esforço da sessão fotográfica, parece tê-la fotografado num altar barroco!
    Parabéns por mais esta!
    Bjs

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  14. Maria Andrade

    Nem tentei sequer fazer qualquer atribuição a esta jarra, de tal maneira ela é simples e com um formato tão repetido ao longo de décadas e décadas. Pode ter sido feita, em Coimbra, Aveiro, Porto, Viana, Gaia, Alcobaça ou até Lisboa. Julgo que aqui o que mais importava era valoriza-la do ponto de vista estético e salientar a continuidade de certas formas na faiança portuguesa.

    Bjos

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  15. Boa noite, encontrei o seu blog por acaso, aproveito a oportunidade para o felicitar pelas suas partilhas e descobertas.
    Mandei-lhe um email no dia 6 de Maio, agradecia que responde-se se possivel!

    Melhores cumprimentos

    Aida Vale

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  16. Cara Aida

    Muito obrigado pelo seu comentário

    Um abraço

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