segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Chávena com flores de meados do século XIX da Vista Alegre(?)



Já aqui escrevi sobre a minha paixão pelas florzinhas, que a Vista Alegre tanto usou durante o século XIX e hoje volto a este assunto, para compartilhar com os internautas esta bela chávena solta, que comprei na Feira-da-Ladra a um rapaz muito simpático, que durante a semana é um bancário exemplar de fato e gravata e durante os sábados transforma-se num boémio vendedor de velharias.

A Chávena não está marcada, pois muitas vezes nos serviços de chá ou café só punham os carimbos da Fábrica nalgumas peças, por exemplo no bule ou na Cafeteira. Contudo, o formato e a decoração parecem-me muito característicos da Vista Alegre, do chamado terceiro período, entre 1853 e 1869, em que o francês Gustave Fortier impôs um estilo muito francês, próximo de Sêvres.


No catálogo da Exposição Vista Alegre: porcelana portuguesa: testemunho da história. - Lisboa: Estar Editora, 1998, aparece reproduzida uma chávena exactamente com este formato, embora com uma decoração diferente

7 comentários:

  1. Seja Vista Alegre ou não, é linda com as suas florzinhas coloridas, aliás ainda gosto mais do pires. Mas, do que eu gostei verdadeiramento foi do vendedor de vida dupla...Adoro essas personagens de composição.
    beijinhos
    Zoezinha

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  2. Mas, com pena minha, ele deixou de aparecer, o vendedor.
    Tanto mais lastimo o facto quanto ele era um personagem algo carismático e muito dado a dois dedos de conversa, o que constituia sempre um agradável interlúdio no meio da visita, pois a cavaqueira, ainda que breve, por vezes, até seguia por veredas algo curiosas.
    Mas como nada é eterno, lá desapareceu o vendedor multifacetado.
    A chávena é linda e esta escapou-me ... hehehehe
    Manel

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  3. Caro LuisY
    Confesso que não sou numa amante fervorosa de " florzinhas". Encanto-me, apenas com as virgens, sobretudo as dos meus jardins, e são vários.No entanto é bonita,elegante, muito bem pintada, mas será mesmo Vista Alegre? Atendendo ao seu excelente estado de conservação, novíssima e à época apontada, parece-me mote controverso. Para mim numa primeira hipótese trata-se de uma bela reprodução,muito pelo friso dourado, muito expeço. Ainda há pouco fui ver um leilão da Vista Alegre no palácio Sottomayor, nada vi do género e estavam lá peças desde a sua origem, como deve saber começou pelo vidro.Também porque no imediato me recorda as muitas que possuo do género cópias de colecções famosas, que me foram ofertadas há anos. No entanto também fico curiosa em saber a sua origem, estarei atenta aos comentários e ressalvar-me da minha culpa se opinei errado. Não quero ser desmancha prazeres, mas esse bancário boémio de fim de semana, afinal o que atestou sobre a peça, onde a adquiriu...será que não foi à cristaleira da mãe?...Peço desculpa,mas no imediato levou-me a lembranças do passado, também eu bancária , com clientes que levavam tudo de casa para lá vender, para matar o vício.Más lembranças, pois.
    Péssima comparação.Um dos meus defeitos, julgar. Tenho de mudar, coisas da idade, tantas são as vivências, também porque os bancários tem bons salários e prémios. Hoje estou azeda. Não fique aborrecido comigo. Afinal ele gosta do fetiche da feira, tal como nós e tantos outros anónimos. Vá lá saber-se os porquês.Não fique triste comigo, isto é do tempo, não há maneira do sol aparecer de vez. Farta do inverno.
    Um abraço
    Maria Isabel

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  4. Caras Isabeis e Manuel

    O rapaz (um rapaz um pouco mais novo que eu) que me vendeu esta chávena era de facto uma personalidade da Feira-da-Ladra e tenho pena que tenha desaparecido de lá. Era um sujeito conhecedor e por vezes tinha peças boas de faiança ou arte sacra. Creio que como todos os amadores de velharias estava sempre a comprar coisas novas e precisava de se desfazer das velhas para arranjar espaço em casa, mas não era o género de vender a banha da cobra. Era demasiado bem nascido para isso.

    Também gosto das flores ao vivo. Só não tenho mais, porque vivo num casa minúscula, que não dá para mais de umas 7 ou plantinhas. Mesmo assim consigo cultivar roseiras com sucesso

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  5. Caro Luis Y
    Ainda voltando ao tema ,e acreditando no que diz,não me oferece quaisquer dúvidas,tenho de me resignar que me enganei e deliberadamente julguei. Minha culpa, desculpe!Concordo com o que diz" Creio que como todos os amadores de velharias estava sempre a comprar coisas novas e precisava de se desfazer das velhas para arranjar espaço em casa". Factor que desconhecia, importante para ajuizar.
    Porém, cá no meu recôndito fica"entalada", a frase que empregou " era bem nascido para isso".Infelizmente já adquiri nas feiras peças que quando cheguei a casa e as pus de molho, no imediato apareceram os defeitos, os restauros sumiram e fiquei com peças de valor inferior ao adquirido. No entanto todas as pessoas que me as venderam eram de trato fácil,com quem habitualmente estabeleço alegre cavaqueira e que conheço destas lides à imenso tempo, pessoas de bem, digo eu.Tive azar.Vou estar mais atenta ao bancário, será que o conseguirei distinguir por entre a multidão, vou tentar...disse "ser um sujeito conhecedor e por vezes ter boas peças de faiança e arte sacra, aí está um bom mote de procura!
    Sabe que a feira da ladra tem todo o tipo de vendedores. Já lá comprei um ferro eléctrico que eventualmente foi roubado na noite anterior, a forma da intervenção ,o ar do vendedor, a pressa de vender tudo aventava nessa origem, eu até precisava, era uma boa compra, sem caixa.Há pessoas boas, outras oportunistas, pobres diabos e gente anónima vendedora de ocasião da recente herança, ou de coisas pessoais para fazer dinheiro. Um dia destes sou eu, já faltou mais para me aventurar. Nos últimos anos adquiri muita coisa, tenho de seleccionar.
    Um abraço
    Maria Isabel

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  6. Infelizmente, este rapaz desapareceu nos últimos tempos da Feira-da-ladra. Provavelmente conhecia-lo de vista. Julgo que andaria ali mais por prazer e menos para ganhar dinheiro. Devia-lhe dar gozo estar ali, durante o dia, liberto da incómoda fatiota de trabalho, a ver as faunas que vão passado, dando uns dedos de conversa aqui e ali. Percebo perfeitamente esse seu prazer. Eu próprio gosto do passeio à Feira-da-Ladra para ver e mirar aquela fauna humana, que por lá enxameia. Por vezes olho mais para as pessoas do que para os objectos, ou então perco-me a observar aquela vista sobre o Tejo, que é das melhores de toda a Lisboa.

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  7. tenho lote de chavenas vista alegre,coleçao dos lacinhos,sao de cha teem mais de 50 anos.preciso de rentabilizar dinheiro.raquel 939576202 aveiro

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