Gosto desta fotografia da minha mãe e dos seus irmãos, tirada nos finais dos 30. É uma daquelas fotografias, que volto sempre a contempla-la com prazer não sei exactamente porquê.
Talvez em primeiro lugar por ser um documento histórico, pois mostra um troço da estrada entre Vinhais e Bragança ainda em Macdame. Depois, o grupo familiar está enquadrado magnificamente por um conjunto de árvores majestosas, os Negrilhos, de que eu ainda me lembro de ver em pé nesse mesmo sítio. Nos anos 80, foram vítimas de uma doença, cortaram-nas e esta curva ficou nua e sem a graça. As suas folhas eram muito úteis e serviam para fazer a sopa dos porcos. Ao fundo, há uma casa de xisto muito bonita, coberta por uma argamassa castanha clara, que se usava muito na região.
O instantaneo, apresenta, da esquerda para a direita, a minha Tia Chica (a dos pasteis de massa tenra), depois uma senhora amiga da família que não conheço, a minha avô materna, a tia Maria Adelaide e depois o grupo das crianças. O que esconde a cara é o tio Zé Paulino, segue-se a minha mãe com as bonitas pernas longas, que a minha filha Carminho herdou, uma amiga dela com uma boneca, a Maria Teresa Setas Campilho Lima Barreto e por último o meu tio Chico.
O instantâneo terá sido tirado no final dos anos 30, provavelmente no período em que a guerra civil decorria em Espanha e que fui vivido com sobressalto pelas povoações raianas portuguesas. Houve muitos casos de grupos armados dos “rojos” que passaram para o lado de cá, fizeram assaltos, amedrontando a população
A fotografia traz-me também uma certa nostalgia, pois o grupo regressa de um passeio que ainda era hábito fazer na família no final dos anos 70. Pelo final da tarde, aproveitando o fresco, ia-se a pé da casa de Souto Covo até à capela e miradouro de Sto. António, a cerca de uns 800 metros dali, por uma estrada que as árvores cobriam, conforme esta imagem mostra muito bem. A meio caminho havia sempre uma paragem na fonte de Sto. António, para beber uma água quase doce e sem sabor a desinfectantes e depois finalmente o miradouro de St. António, onde se contemplava uma paisagem de cortar a respiração, sobre montanhas e montanhas, dum verde anunciando o Norte da Europa. Fiz dúzias de vezes esse passeio. Hoje, essa estrada é uma espécie de via rápida e ninguém no seu perfeito juízo se aventura a percorre-la a pé, sem correr o perigo de vida e de aparecer num qualquer noticiário sensacionalista, desses em que está sempre tudo aos gritos.
Talvez em primeiro lugar por ser um documento histórico, pois mostra um troço da estrada entre Vinhais e Bragança ainda em Macdame. Depois, o grupo familiar está enquadrado magnificamente por um conjunto de árvores majestosas, os Negrilhos, de que eu ainda me lembro de ver em pé nesse mesmo sítio. Nos anos 80, foram vítimas de uma doença, cortaram-nas e esta curva ficou nua e sem a graça. As suas folhas eram muito úteis e serviam para fazer a sopa dos porcos. Ao fundo, há uma casa de xisto muito bonita, coberta por uma argamassa castanha clara, que se usava muito na região.
O instantaneo, apresenta, da esquerda para a direita, a minha Tia Chica (a dos pasteis de massa tenra), depois uma senhora amiga da família que não conheço, a minha avô materna, a tia Maria Adelaide e depois o grupo das crianças. O que esconde a cara é o tio Zé Paulino, segue-se a minha mãe com as bonitas pernas longas, que a minha filha Carminho herdou, uma amiga dela com uma boneca, a Maria Teresa Setas Campilho Lima Barreto e por último o meu tio Chico.
O instantâneo terá sido tirado no final dos anos 30, provavelmente no período em que a guerra civil decorria em Espanha e que fui vivido com sobressalto pelas povoações raianas portuguesas. Houve muitos casos de grupos armados dos “rojos” que passaram para o lado de cá, fizeram assaltos, amedrontando a população
A fotografia traz-me também uma certa nostalgia, pois o grupo regressa de um passeio que ainda era hábito fazer na família no final dos anos 70. Pelo final da tarde, aproveitando o fresco, ia-se a pé da casa de Souto Covo até à capela e miradouro de Sto. António, a cerca de uns 800 metros dali, por uma estrada que as árvores cobriam, conforme esta imagem mostra muito bem. A meio caminho havia sempre uma paragem na fonte de Sto. António, para beber uma água quase doce e sem sabor a desinfectantes e depois finalmente o miradouro de St. António, onde se contemplava uma paisagem de cortar a respiração, sobre montanhas e montanhas, dum verde anunciando o Norte da Europa. Fiz dúzias de vezes esse passeio. Hoje, essa estrada é uma espécie de via rápida e ninguém no seu perfeito juízo se aventura a percorre-la a pé, sem correr o perigo de vida e de aparecer num qualquer noticiário sensacionalista, desses em que está sempre tudo aos gritos.
A foto resuma o encanto do passado, a tranquilidade e bucolismo da vida doméstica, que, pelo desencanto da nossa, nos habituámos a associar à dos nossos avós.
ResponderEliminarE, olhando a foto, sente-se a frescura do arvoredo, e o deleite da criançada que se divertiu numa saída à mistura de brincadeiras partilhadas.
Eu, que fiz este percurso de carro, bem entendido (que não sou louco), concordo que ele deveria ter sido fabuloso, pois continua, ainda que sobre 4 rodas, com vistas de enlear o mais distraído!
Manel
Olá, como stou no Brasil, não conheço essas paisagens. Mas posso dizer é q tb levou-me a uma certa nostalgia, à da infância. O verde encantador, as brincadeiras em família, uma eterna saudade de minha querida infância. Eu sou aquela dos azulejos da velha casa!
ResponderEliminarCaro Luis,
ResponderEliminarGostaria de saber se a pessoa que refere no texto acima, como Teresa Lima Barreto, é Maria Teresa Setas Campilho de Lima, filha de Luis Campilho Montalvão de Lima Barreto
MMadureira
Eu não sei exactamente quem é a menina em questão. A minha irmã afirma tratar-se da Teresa Lima Barreto, que de facto na infância foi amiga da minha mãe. Sei também que essa Senhora era ainda Montalvão e mãe de um músico de vanguarda e de outro senhor, que pertencia ao Teatro da Cornucópia.
ResponderEliminarUm abraço
Caro Luis,
ResponderEliminarMuito obrigado pela resposta e esclarecimentos adicionais.A ser a mesma pessoa em causa, constacto que efectivamente Maria Teresa Setas Campilho de Lima Barreto, nascida em 1927, era filha de Luis C.Montalvão L.Barreto, que foi naquele tempo Presidente da Câmara Municipal de Vinhais, casado com Luisa da Costa Setas. O musico de vanguarda que refere Fernando, já falecido e o outro Luis, são efectivamente sobrinhos da Maria Teresa.Tive imensa alegria ao olhar para a fotografia em causa, já que a Maria Teresa é filha da Luisa da Costa Setas, minha prima em 2º.grau. e que por razões puramente de genealogia, procuro reunir o máximo de elementos possiveis.
Um abraço
MMadureira
Não sei se ainda vou a tempo, mas essa menina é realmente Maria Teresa Setas Campilho Lima Barreto, os pais são os já referidos e está aqui ao meu lado feliz por ver esta foto.
ResponderEliminarEvan
EliminarMuito obrigado pelo seu comentário que chega perfeitamente a tempo. Agora tenho a certeza de quem é a menina com a boneca e aproveitei para corrigir o post.
Um abraço e mais uma vez agradeço a informação
As minhas cordiais saudações deste sobrinho neto que sou de,Bernardino Setas.
EliminarMMadureira
Caro M Madureira. Muito obrigado pelas suas saudações que retribuo. a publicação destas fotografias serve de reencontro aos descendentes das pessoas representadas. Um abraço
EliminarLuís Montalvão