quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dia da Mãe


Há pouco tempo foi o dia da Mãe. Nem me lembro da data, pois estão sempre a muda-la consoante as estratégias das grandes superfícies, para nos coagirem a gastar mais dinheiro. Não fui visitar a minha Mãe. Há pessoas que morrem rapidamente, outras demoram muito tempo a partir e a minha Mãe é dessas que começou há muito a desapegar-se da vida, em virtude de uma doença prolongada. Já não sabe o que é o dia da mãe.

Coloco aqui uma fotografia da sua juventude, em Vinhais, daquelas imagens do esplendor da juventude com as quais gostamos de ser recordados para sempre, se é que “sempre” é possível, pois raramente sabemos muito mais sobre os nossos antepassados para além dos avós. Depois disso, o esquecimento leva tudo. As velhas cartas são rasgadas, deixa-se de saber quem são as pessoas representadas nas fotografias e num ápice apaga-se a memória de toda uma vida complexa. Ficam apenas os registos da conservatória. Fulano ou fulana de tal nasceu, casou, teve filhos e morreu.

Neste blog tenho sempre perseguido a memória. Deve ser talvez uma forma de esquecer que a morte existe e está próxima.

5 comentários:

  1. Olá Luís
    No seu melhor...falar de afectos!
    Linda e garbosa a senhora sua mãe
    A rivalizar com uma Greta Garbo ou Ingrid Bergem...As nossas mães são as mais lindas do Mundo!
    Vejam-se à época os sapatos abertos à frente, brancos, para os amantes de sapatos, muito na moda actual numa dessas marcas famosas
    Como falar da cinturinha de vespa e o ar angélico que possivelmente o Luís herdou, assim como a cor dos cabelos...que já não tem...ah...e alguma timidez igualzinha, veja-se como ficou com uma das mãos enrolada no vestido a fazer jus à sua foto deste blog...
    Mania que tenho em conjecturar coisas...Pois!
    Gostei sobretudo do afecto ternurento que sente por ela e a tristeza de a ver definhar a cada dia numa doença sem melhoria à vista
    A mim, choca-me ver pessoas que amo nessa situação, até tenho dificuldade de as ver, porque o que quero preservar na minha memória, é a imagem saudável, alegre...e nunca a adversa a lembrar que um dia vai partir...
    Alguém disse que o Natal é quando um homem quiser
    Eu digo
    O Dia Da Mãe, é todos os santos dias!
    Senti que está triste por a ver assim
    Quando aparecerem os maus momentos, lembre-se dela nos detalhes, do beijinho à noite, dos prazeres da comida e doces que lhe fazia
    Pequenos nadas que serão grandes ajudas nos tempos que se avizinham
    Infelizmente todos passamos por estas privações dolorosas
    Fica sempre a saudade e as boas recordações quando ia com ela ao Solar de Outeiro Seco e ela não o deixava ir com os seus irmãos para o varandim, não fosse cair...lembra-se?
    Pois então, tem tantas, até partilha connosco!
    Grande o seu coração, igualzinho ao da sua mãe.
    Beijos
    Isabel

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  2. Olá Luis

    Que mãe linda,elegante e glamourosa....
    De facto o dia da mãe deve ser todos os dias, talvez como humanos que somos, nos esqueçamos por vezes e não as mimamos quanto merecem ou mereciam.
    A minha partiu à cerca de ano e meio,e passou por situação idêntica à da sua, fica uma dor dificl de resolver..
    A sua mãe não sabe o dia, mas o seu subconsciente de mãe diz-lhe quem você é, acredite. Mime-a enquanto pode.
    Abraço solidário.
    jesus

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  3. Luís
    Triste a situação da sua mãe.A minha felizmente,tem 83 anos magníficos! Acho que é por não querer ficar atrás do meu pai, que apesar de ter 93, está mais glamouroso do que ela :)
    De facto os "Dias" tornaram-se todos muito comerciais. Fruto da época em que vivemos, onde já não há tempo, para manufacturarmos os presentes, ou pior ainda, achamos que oferecer-se simplesmente a flor do jardim,ou a compota cá de casa, é pouco.Felizmente ainda recebo prendas no Dia da Mãe, mas já dou comigo a ter saudades dos Dias, em que os filhos me pulavam para cima da cama, com os presentes feitos nos colégios. Tenho-os todos guardados!
    Quanto à foto da sua mãe gosto muito dela. Para além da elegância do modelo, gosto da sombra do fotógrafo projectada no chão.Dá-lhe um ar pouco convencional.
    Um abraço e boa semana de trabalho
    Maria Gabela

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  4. Muito obrigado pelos vossos simpáticos comentários. É umas minhas fotografia antigas preferidas. O vestido já é no estilo new look, dos finais dos 40 e a imagem captou aqueles momentos especiais da vida, em que as pessoas estão mais bonitas. Nalgumas pessoas esse período dura meses, outras, tem mais sorte e mantem-se bonitas, dez, vinte ou trinta anos.

    Abraços

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  5. Que bem que está a tua mãe na fotografia. Não sendo a única, é também das que mais me agradam.
    E, olhar para a tua mãe faz-me lembrar a tua filha, que vai ser igualzinha sem tirar nem pôr. Não fora a diferença de gerações poderiam ser irmãs, e ... quase gémeas!
    Bonita a tua forma de lembrar este dia.
    Estas doenças irreversíveis são terríveis para quem tem a desdita de as observar cada dia!
    Nós, que nos habituámos durante a maior parte das nossas vidas a tomá-las como super mulheres, sempre a proteger-nos, a cuidar de nós, a guiar-nos para que não cometamos os mesmos erros, ficamos muito sensibilizados e sentimo-nos incompletos quando damos conta que, desde há muito, deixou de ser assim!
    A minha foi-se embora não há muito tempo e não foram bonitos os seus últimos anos.
    Manel

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