O hábito de começar a revestir as fachadas das casas de habitação com azulejos só começou em Portugal nas primeiras décadas do século XIX. Até então o uso do azulejo, com uma ou outra excepção (o caso das alminhas) estava reservado aos interiores das casas e das igrejas. Por vezes a azulejaria saia das casas, invadia os jardins e colocavam-se painéis nos bancos, nas fontes e por aí fora. Mas em todo o caso o uso de azulejos estava resevado a espaços privados.
Quem começou o hábito de revestir as fachadas dos prédios com azulejaria foram os nossos irmãos brasileiros, nas cidades do nordeste. Os ricos proprietários de casas em cidades como S. Luís do Maranhão encomendavam azulejos brancos ou escassamente decorados em Portugal, para as cozinhas, mas acabaram por decidir coloca-los nas fachadas, que lhes protegia as casas dos calores e humidades. A moda acabou por pegar e rapidamente os brasileiros ricos estavam a encomendar em Portugal azulejos de padrão, mas desta vez com decorações mais complicadas e com mais cor para decorar o exterior das casas.
Depois aconteceu um fenómeno que é habitual na longa relação que há entre Portugal e o Brasil. Os Portugueses que tinham feito fortuna nas terras de Vera Cruz regressaram à pátria e mandaram construir casas à brasileira, isto é, com azulejos nas fachadas e lançaram a moda em Portugal. Rapidamente, ao longo do século XIX, as fachadas dos prédios portugueses encheram-se de azulejos e grandes empresas de cerâmica prosperaram para satisfazer as encomendas, que esta moda gerou. Sacavém, Viúva Lamego, Lusitânia, Fábrica da Roseira, Massarelos, Devesas, Miragaia, Carvalhinho e Caldas foram algumas das fábricas que prosperam na época com a produção de azulejos de revestimento de fachadas. A moda só acabou nos anos 20 do Século XX, quando uma postura municipal em Lisboa, publicada por pressão dos bombeiros, proibiu o uso de azulejos nas fachadas, por questões segurança.
Quem começou o hábito de revestir as fachadas dos prédios com azulejaria foram os nossos irmãos brasileiros, nas cidades do nordeste. Os ricos proprietários de casas em cidades como S. Luís do Maranhão encomendavam azulejos brancos ou escassamente decorados em Portugal, para as cozinhas, mas acabaram por decidir coloca-los nas fachadas, que lhes protegia as casas dos calores e humidades. A moda acabou por pegar e rapidamente os brasileiros ricos estavam a encomendar em Portugal azulejos de padrão, mas desta vez com decorações mais complicadas e com mais cor para decorar o exterior das casas.
Depois aconteceu um fenómeno que é habitual na longa relação que há entre Portugal e o Brasil. Os Portugueses que tinham feito fortuna nas terras de Vera Cruz regressaram à pátria e mandaram construir casas à brasileira, isto é, com azulejos nas fachadas e lançaram a moda em Portugal. Rapidamente, ao longo do século XIX, as fachadas dos prédios portugueses encheram-se de azulejos e grandes empresas de cerâmica prosperaram para satisfazer as encomendas, que esta moda gerou. Sacavém, Viúva Lamego, Lusitânia, Fábrica da Roseira, Massarelos, Devesas, Miragaia, Carvalhinho e Caldas foram algumas das fábricas que prosperam na época com a produção de azulejos de revestimento de fachadas. A moda só acabou nos anos 20 do Século XX, quando uma postura municipal em Lisboa, publicada por pressão dos bombeiros, proibiu o uso de azulejos nas fachadas, por questões segurança.
Faiança de fachada em Alcácer do Sal |
Creio que as fotografias que vos apresento são um exemplo paradigmático da história do azulejo de fachadas em Portugal no século XIX
Para quem quiser saber mais, recomendo a obra de Maria Isabel Alves Planas Almasqué e A.J. Barros Veloso, Azulejos de fachada em Lisboa - Edição da Câmara Municipal de Lisboa, com o patrocínio do Banco Totta. Lisboa, 1988
Olá Luis
ResponderEliminarMoro no Brasil e estou fazendo uma pesquisa sobre um antigo casarão que foi construido em 1846 pelo português Manoel Baltasar da Cunha Fortes.
No alto do casarão existem alguns vasos de cerâmica com o nome "Miragaia Porto"
Caso tenha interesse em fazer contato, meu e-mail é luispavao@sapereeditora.com.br
Poderei lhe enviar algumas fotos.
Abraços
Luis Pavão
É interessante o facto destas urnas por vezes serem fabricadas em metal, imitando as cerâmicas, como aliás, já as vimos à venda na Feira da Ladra e em locais de venda de materiais de demolição.
ResponderEliminarCreio mesmo que a folhagem destes ananases devem também ter sido fabricados em chapa metálica, não te parece?
Servem de pontuação e ordenam a balaustrada do topo da fachada, como se parte do jardim tivesse invadido o próprio corpo do edifício, deixando adivinhar quiçá vegetações luxuriantes e exóticas por detrás da construção.
Manel
É já a minha imaginação a trabalhar! Com certeza são elementos de decoração puros e simples!
ResponderEliminarManel
Manel, talvez as folhas dos ananases sejam metálicas. Mas, agora só lá voltando e mesmo assim...
ResponderEliminarEsta foto ficou boa por causa do zoom. Quando a tirei nem me apercebi dos pormenores.
Os vasos despertam-nos a imaginação. Paisagens exóticas, Carmens Mirandas e baianas são ideias que esta imagem nos desperta
Curioso. Neste Verão comprei umas telas com azulejos pintados. Pareciam azulejos de Lisboa, mas os quadros são de um pintor brasileiro que nunca veio a Portugal.
ResponderEliminarCara Vanessa
ResponderEliminarA influência da azulejaria portuguesa é enorme. As antigas cidades do Nordeste brasileiro tem muitas casas com azulejos portugueses e e toda a internet está cheia de imagens dos nossos azulejos, que são uma referência em termos de história da arte mundial, tal como a Porcelana do Saxe, de Sévres ou os tapetes persas.
Abraços
Ando em pesquisas sobre azulejos. Muito obrigada pela existência deste blog.
ResponderEliminarEste padrão a que chama de ananases- ou um padrão muito idêntico - existe na Rua das Escolas Gerais em Lisboa. Quer comentar?
O Pior é que eu também tinha esta informação sobre este adrão existir na rua das Escolas Gerais, e ontem fui lá, sob o sol de 40 graus, andei a rua inteira, e NADA! Só se estavam num casarão que está em obras, com a fachada completamente nua, dando para ver até os tijolos.
EliminarQueria tanto ver estes azulejos!
abraços
Caro Anónimo ou Anónima
ResponderEliminarNa altura em que fiz o post, não consegui apurar o fabricante deste azulejos com um padrão representando ananases ou abacaxis. Não há muita coisa publicada sobre azulejaria do século XIX. Por enquanto, em Portugal só damos importância aos azulejos antigos, dos séculos XVI, XVII e XVIII. É natural que este padrão com um sabor tropical se repita por vários pontos do País, inclusive na Rua das Escolas Gerais, mas infelizmente não lhe consigo adiantar muito mais informações.
Recomendo-lhe que visite o blog http://azulejosantigosrj.blogspot.pt do Fábio Carvalho. É certo que a maioria dos azulejos cariocas são franceses ou holandeses, mas também há muito coisa portuguesa do século XIX, que lhe poderá interessar.
Um abraço
Caro LuisY,
ResponderEliminarObrigada pela sua resposta. Deixe-me dizer-lhe que felizmente já começamos a dar importância ao azulejo do séc. XIX. Existe na CML o PISAL Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa, que tomaram parte na organização do II Encontro do Património Azulejar, em Dez, onde tive oportunidade de assistir à palestra interessantissima de Fábio Carvalho. Foi através do seu blog que cheguei a este blog. O Pisal organiza inclusivamente visitas guiada e foi numa dessas visitas que vi os azulejos "ananases". Acrescento que nesta mesma rua temos ainda o "bicha na praça". Tem que lá ir averiguar! E para o Pisal: no facebook - azulejoslisboa.pisal .
Sandra (Foi a 1ª vez que comentei num blog, e escolhi anónima por ser mais fácil!)
Que engraçado que é a internet. Eu pesquisando os benditos azulehos de abacaxis, que já procurei antes, e não os achei na rua das Escolas Gerais, até achei que tinha anotado errado a rua onde estariam, e venho parar justamente numa postagem do Luis, onde comentam meu blog e minha palestra! Estamos em loop. Acho que é consequencia do número (infelizmente) tão pequeno de interessados no assunto, viramos um círculo vicioso.
Eliminarabraços
Fábio
EliminarApesar de as cidades portuguesas estarem cheias de azulejos, não há na internet muita informação pertinente sobre o tema e vamos sempre parar aos mesmos sites quando fazemos as nossas pesquisas.
Voltei a Alcácer do Sal entretanto e o prédio em causa estava em obras e já tinham retirado quase todos os azulejos. Será que os irão recolocar? Tenho as minhas dúvidas.
Um abraço
Boa tarde, raramente comento alguma coisa em blogs, mas este tinha de o fazer!! Vim aqui parar por acaso, por curiosidade nestes azulejos em especifico... porquê? Porque esta casa dos azulejos dos Ananases em Alcácer do Sal, era a casa da minha avó!!! A minha infância foi passada lá, adorava a escadaria, que ainda dá para imaginar como seria, dado o tamanho da porta de entrada!! Quando a minha avó comprou esta casa, isto era uma antiga Residencia Oficial, ou algo do género, ligado a um quartel... nunc asoube muito bem. Sei que na altura tinha 25 assoalhadas!!!
EliminarOs tempos foram mudando, o dinheiro foi faltando... e ela começou a vender a casa por parcelas. Esta dos azulejos (a minha preferida) vendeu no final dos anos 90, se não estou em erro.... nunca ninguém fez obras, o que certamento viu quando lá passou, foi uma casa sem chão, sem tecto, só com fachada.... neste momento já tem árvores no interior! É muito triste. Os ditos azulejos, não foram retirados por motivos de obras.... foram roubados mesmo! Certamente já foram vendidos numa feira qualquer... só restam os da parte superior da fachada, por serem de dificil acesso!!!
Para concluir a historia da casa, a parte que ainda "nos pertence" fica mesmo ao lado dessa dos azulejos, outrora com uma varanda linda e cheia de flores e sandinheiras... Esta parte da casa tem na entrada um "tapede" de pedrinhas de 2cm cada, onde está um circulo com a data de 1847 (se não estou em erro)!
A minha avó faceleu ha 6 meses, nunca quis vender o resto da casa enquanto viva, passou os ultimos 8 anos num lar, o que faz com que a casa se tenha degradado muito. É uma pena...
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarAqui está uma vista do ggogle: https://www.google.com/maps/@38.3714519,-8.5073994,3a,60y,57.11h,99.8t/data=!3m6!1e1!3m4!1sGuuysuIUp4-pwcv611-0FQ!2e0!7i13312!8i6656
EliminarCara Té
EliminarAdorei o seu comentário.
Os momentos mais gratos deste blogt, acontecem, quando depois de publicar um post sobre um assunto do qual sei pouco, alguém escreve um comentário com a metade da história que faltava.
Neste caso a Té contou um pouco da história do edifício e do seu interior. Enfim, esta casa tão bonita ganhou uma vida nova.
Sabe que regressei há uns tempos a Alcácer do Sal e procurei de novo esta casa e de tal degradada, que estava, já quase sem azulejos, que tive dificuldade em reconhece-la.
Um grande abraço e mais uma vez obrigado
Caro Luis,
ResponderEliminarAinda não teve oportunidade de ir à Rua das Escolas Gerais? As minhas pesquisas sobre o azulejo de fachada continuam e estão a tornar-se uma paixão! Já foi à nova Loja Portuguesa na antiga Fábrica Viúva Lamego - Lg Intendente? Lá estão os azulejos como um catálogo nas paredes da loja! Já agredeci á loja, via facebook! Cumps Sandra
Cara Sandra.
ResponderEliminarMorei durante 3 anos na esquina da Calçada de S. Vicente com as Escolas Gerais, mas hei de lá voltar para ver estes ananases. Conheço tb a loja do Intendente. Irei espreitar a página do facebook que me indicou
Um abraço
na esquina da rua E.G. com a escadinha E.G. há um prédio BELÍSSIMO revestindo com bicha da praça, pintada com as estrelas grandes e as bichas bem largas, que para mim é como o padrão realmente fica bonito.
Eliminarabs
Fábio
EliminarAtenção que há a Rua das Escolas Gerais, há as Escolas Gerais e julgo que que uma travessa ou umas escadinhas das Escolas Gerais. Ao todo são 3 artérias diferentes.
Um abraço
Certamente na RUA das Escolas Gerais não é. V0u tentar achar esta outra "Escolas Gerais". Isso é mais confuso do que a Copa do Mundo no BR!! ;-)
Eliminarabs