terça-feira, 4 de novembro de 2014

Um cristo talhado pelo tempo


Encantei-me por este Cristo incompleto e amputado. Se esta peça estivesse inteira seria talvez apenas uma das centenas de milhares de imagens de Cristo, que se talharam em madeira ao longo do século XVIII. Mas as marcas do tempo transformaram-na numa espécie de escultura contemporânea, como se o artista tivesse desejado apenas representar o torso e cabeça.

Por mera intuição julgo tratar-se de uma peça executada dos finais do XVIII, mas não é muito simples datar os Cristos desta época. Não há um livro que nos explique as características gerais dos Cristos em Portugal no século XVIII. Também é bem verdade, que nesta altura já a iconografia de Cristo crucificado estava estabilizada há muito, e de uma forma ou de outra, o Cristo é sempre representado da forma como o vemos aqui.

Mas, nem sempre foi assim. Em primeiro lugar Jesus Cristo foi crucificado nu, como era hábito entre os romanos, mas claro para as mentalidades da Idade Média ou Moderna um Cristo em pilaroca era uma coisa impensável. Também o culto da Cruz não começou logo nos primeiros tempos do Cristianismo. Os romanos reservavam a morte por crucificação para os criminosos e era natural que os primeiros crentes não gostassem de ver o homem, que eles julgavam filho de Deus, representado como um vulgar bandido. Só depois de Santa Helena, mãe do imperador Constantino, no séc. IV, ter trazido um pedaço do Santo lenho da Terra Santa para Constantinopla é que a cruz se começa a tornar um símbolo do cristianismo. Porem, as imagens de Cristo crucificado só começam a aparecer depois do século VII e eram muito diferentes das de hoje em dia. Os Cristos representavam-se com a coroa imperial, de olhos abertos, os braços estendidos horizontalmente, sem sinais de sofrimentos, quatro cravos e muitas vezes envergavam uma túnica longa.
Cristo românico do Metropolitain Museum. A coroa imperial, os olhos abertos e os braços ainda dispostos horizontalmente. Imagem retirada de http://elpasiego.foroactivo.com/t107p60-cristos-romanicos
Só nos séculos XII e XIII com a sensibilidade que São Francisco de Assis imprimiu ao cristianismo, é que começamos a ver progressivamente Cristos na arte contorcidos de dor, moribundos ou mesmo mortos. A ideia passou a ser que os crentes se identificassem com o sofrimento de Cristo e se pudessem aperceber que o seu sacrifício foi feito em prol da humanidade, para a resgatar dos seus pecados. Procurou-se então uma representação mais naturalista de Cristo. A cabeça descai em sofrimento, os olhos estão fechados ou semicerrados, os braços são dispostos em V, a túnica é substituída pelo perizonium, uma espécie de faixa de pano, mais próxima da nudez com que jesus foi martirizado e em vez de uma coroa imperial, apresenta uma simples coroa de espinhos. É também a partir dessa época, que em vez de quatro pregos, dois nos braços e dois nos pés, Jesus passa a ser mostrado com três pregos. Um para cada braço e um para ambos os pés.

Cristo românico espanhol. Os braços dispostos horizontalmente, uma túnica e os quatro cravos. Imagem retirada de http://elpasiego.foroactivo.com/t107p60-cristos-romanicos
Nos finais da Idade Média, já a iconografia de Cristo se tinha definido e desde então todas as representações se assemelham um pouco, o que vai mudando será antes resultado do talento de quem pintou ou esculpiu a obra, ou as características de um determinado estilo artístico então em voga.

Em todo o caso, sem ter chegado a nenhuma conclusão definitiva sobre a sua data de execução, gosto muito deste Cristo esculpido pelas mãos de um qualquer artífice anónimo e a que o tempo deu os retoques finais de mestria.

O Cristo encontrou um lugar na minha casa

24 comentários:

  1. É realmente uma peça interessante e gostei da sua leitura. Bom dia!

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  2. Mais uma bela lição,sobre assuntos que quase todos nós
    julgamos saber tudo.O Luís tem um olho muito bem treinado porque consegue ver a beleza num pedaço de madeira.Se olharmos com mais atenção,percebe-se, no resto da imagem que se salvou que o entalhador era um bom artífice.Apesar de leiga no assunto,julgo que a ultima fotografia,está muito bem conseguida.Parabéns.Graciete

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    1. Graciete

      Também me encantou este Cristo, com a sua expressão doce e sobretudo as pregas do perizonium, que me recordam vagamente a escultura flamenga.

      O seu antigo proprietário também o estimou, pois resistiu a tentação de o pintalgar e restaurar, limitou-se a encera-lo e deu-lhe uma bonita patina. Muitas vezes o sincero desejo que muitas pessoas tem em embelezar e arranjar as peças antigas, faz com que as danifiquem irremediavelmente com pintalgadelas e acrescentos. O restauro deve ser feito só por gente qualificada.

      Nas feiras de velharias, passo a vida a ver peças de arte sacra irremediavelmente estragadas com pinturas feitas com tintas de materiais sintéticos, que nunca mais ninguém há de conseguir tirar.


      A última foto também me agradou muito. Também é verdade que chego a tirar 20 ou trinta fotografias para escolher duas.
      Um abraço

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  3. Luís
    É uma imagem digna, embora, pela sofrimento que representa, não seja dos temas que mais me atraem. A expressão dolorosa, a posição de abandono do corpo com a cabeça levemente inclinada podem sugerir uma variante do Cristo morto. A delicadeza das feições é acentuada pela barba curta e bipartida.
    Quanto à não existência de uma obra específica sobre Cristos está em preparação o Museu do Cristo, no Porto.

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    1. Ivete

      Boas novidades nos dá. Esse museu será muito interessante, já que o Cristo é uma figura tão abundante na arte. Espero que façam um bom catálogo das colecções.

      O seu comentário recordou-me de uma exposição de arte portuguesa no Japão, em que colaborei há uns anos. Tratava-se de apresentar naquele País as melhores e mais representativas obras de arte portuguesas desde sempre e foi desde logo um problema, porque os japoneses queriam pratas, jóias, esculturas azulejos, pinturas, tudo e mais alguma coisa, menos Cristos. Para eles a imagem de Jesus crucificado é algo de profundamente macabro e de mau gosto. A exposição chama-se os Esplendores de Portugal e teve um êxito doido no Japão, mas claro está sem Cristos.

      Um abraço

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  4. Caro Luis

    Sempre tive respeito por essa imagem representativa...porque nunca a entendi....desde o sereno, à dor cortante, aos espinhos e pregos, à lança espetada no peito, vinagre, abandono.....basta de sofrimento....um filho não pode ficar assim para exemplo de ninguém ...nenhum pai se fecha na cobardia e manda um filho....assim...! O tempo acaba por dar a paz fechando capítulos e abrindo outros...o tempo tem tempo para modificar tudo...Por vezes apetece convidar todos os crucificados a largarem aquele martírio e viverem a vida ..esta única forma de vida que conhecemos....
    Como sempre aprendi um pouco com os seu texto à volta de Cristo, a cronologia da cruz....Um Cristo de braços abertos é sempre um problema numa casa pequena.....sem braços....cabe em qualquer canto.
    um abraço
    vitor Pires

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    1. Vítor

      Eu não sou crente, mas o sacrifício de Cristo tem um significado preciso. Jesus deixa-se matar para que com ele morra uma humanidade pecadora e renasça outra livre de pecados. É o cordeiro místico que resgata os pecados do mundo.

      Esta pequena escultura tem uma doçura que nos faz esquecer um certo lado macabro da crucificação.

      Um abraço

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  5. Lá vais encontrando estas peças que, realmente, incompletas, têm aquele encanto de que, doutra forma, seriam desprovidos ... seria mais um entre os milhões que devem existir.
    Estas peças trabalhadas pelo tempo têm esse encanto do mistério sobre o que devem ter passado para terem chegado a este estado.
    Devo confessar que, apesar destas peças não me estarem muito próximas, são mais interessantes assim, pois não há melhor escultor que o tempo, como dizia a Yourcenar
    Manel

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    1. Manel

      Quem descobriu este Cristo na feira foste tu, eu é que depois cai logo sobre ele.

      O ensaio da Yourcenar "O tempo esse grande escultor" é sempre o mote para estes textos acerca de peças fragmentadas ou amputadas. Também é verdade que em casa dos meus pais existe um Cristo, antigo e sem braços, que o meu pai comprou há mais de 40 anos num antiquário dos Açores e que sempre o adorei. O meu pai dizia-me desde pequenino que os cristos mais bonitos eram aqueles sem braços e enfim, assimilei essa lição e apaixono-me sempre por estes restos de imagens ou esculturas partidas.

      Um abraço

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  6. adorei o "esse que ficou" do cristo. também tenho um-vc conhece- e esses restos são de uma beleza diferente. parecem que viram uma outra coisa, adquirem uma nova força, vida..eu adoro o meu resto de cristo. conservo dentro da vitrine. protegido do tempo. n quero que quebre mais nada.
    abraços.

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    1. Jorge

      Obrigado pelo seu comentário. É verdade que estas peças fragmentadas ganham um interesse maior do se estivessem inteiras. É como se o tempo lhes tivesse aumentado o valor e o interesse como objectos.

      Um abraço

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  7. Que raio se passa que não aparecem os meus comentarios?
    Estou farta disto

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    1. Grace

      Copie os comentários antes de os publicar, assim se houver problemas, cola-os novamente e não perde o texto.

      Um abraço

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  8. Luís,
    Voltarei para ler.
    Para mim por ser um Cristo amputado também é mais bonito e especial.
    Não sei se o colocaria em acrílico.
    Um abraço!:))

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  9. Ana

    Colocar uma peça nova na minha é obra. Esta localização foi já a segunda que o pobre cristo teve. Está pendurado por um fio de pesca e encostado a uma estante em acrílico e pode ser visto ao pormenor, porque é um local de passagem estreito. Contudo não é um sítio perfeito, porque estes Cristos não são esculturas de vulto pleno. Foram feitos para serem só vistos de frente e nesta localização é não só visível pela frente, mas também pelos lados, o que não é desejável. Enfim , é um sarilho.

    um abraço

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  10. Olá,Luis.Boa noite
    Tenho andado bastante chateada porque não tenho conseguido que os meus comentários apareçam
    O cristo do Luis e'muito bonito e tudo aquilo que o Luis nos conta então...
    Eu tenho um D, quixote de la Mancha também em madeira e muito bonito que está cá por casa guardado num desses muitos caixotes de loiças antigas que tenho na arrecadação
    tenho aprendido muito aqui com o seu blog tenho dado muito valor ao que o Luis aqui nos vai explicando
    Não entendo muito de certas coisas porque trabalho com idosos,sou auxiliar de geriatria
    O Luis vai -me desculpar a pergunta
    Esta semana o Luis apareceu no jornal da noite no canal 2 a falar de um livro antiquissimo,não apareceu ,Luis?
    Liguei a TV mesmo nos minutos finais e vi ainda o Luis a falar sobre um livro que terá uns 200 ou 300 anos
    Tinha umas luvas para manusear o livro
    Mas eu tenho a certeza que era o Luis
    Não estou enganada pois não,Luis?
    É como digo se era mesmo o menino...é a fama chegando
    Qualquer dia terá um programa seu sobre antiguidades
    beijinho para si e para o Manel

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    1. Cara Grace

      Obrigado pelas palavras simpáticas.

      De facto, fui entrevistado pela RTP a propósito da descoberta de um incunábulo no Museu Nacional de arte Antiga. Poderá ver o filme na página do facebook do velharias, mas vou ver se arranjo tempo para colocar aqui também um link.

      Um abraço

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  11. Luis,

    Tentando retornar mas ainda bem devagar.

    Não li este seu post ainda mas veio-me a mente um livreto bem interessante que temos por aqui com o título: Meu Cristo Partido. Apesar de pequeníssimo ainda não li todo mas encantei-me com o início e acho que não quis concluir a leitura para não me decepcionar. É um pequeno itinerário espiritual a partir de um achado. aliás um encontrado Cristo por quem o buscava nas feiras da vida. Não sei Você mas o autor fingiu desdém para comprá-Lo por bem menos do que foi vendido certa vez por um dos seus amigos...

    Ainda volto para seu texto.

    Um abração.

    ab

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    1. Amarildo

      Quando me interesso por uma obra não consigo parar de a ler, ainda que o fim possa não ser aquele que eu desejaria. Aliás, queremos sempre que os filmes e os livros tenham um final feliz, mas sabemos que na vida nunca existem bem finais infelizes ou felizes. A vida vai decorrendo até se gastar e é tudo.

      Este Cristo foi comprado num impulso. Estava um preço convidativo e tenho uma paixão por estas esculturas talhadas pelo tempo.

      Um abraço

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  12. Luís,
    Penso que poucos exemplos podiam ilustrar melhor do que este seu Cristo essa afirmação da M. Yourcenar a que o Manel e o Luís se referem. É um facto que a qualidade plástica da peça pouco fica a dever ao que terá sido a sua forma original, daí ter sido o tempo o seu grande escultor... E a cor da madeira envelhecida está um assombro!
    Independentemente destas considerações sobre a beleza da peça – a minha preferida é a primeira foto - tenho-lhe a dizer que achei muito interessante toda a história que aqui partilhou sobre a evolução das representações de Cristo.
    E, agora de regresso, cá fico à espera de mais...
    Parabéns pelas suas descobertas no âmbito do livro antigo na BMNAA!

    Beijos

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  13. Este ensaio da Yourcenar, O tempo esse grande escultor é dos textos de arte mais bem escritos e profundos que conheço, e que todos os amadores de antiguidades e velharias deveriam ler, até para evitarem mandar fazer restauros integrais, acrescentando mãos e braços a esculturas e outros acrescentos que estragam irremediavelmente as marcas do tempo. Que seria da Vitória de Samotrácia se alguém se lembrasse de lhe acrescentar uma cabeça?

    Também gosto imenso da patine da peça. O anterior proprietário tratou-a muito bem e colocou-lhe uma bonita cera, travando assim os progressos do caruncho. Quanto à madeira, aqui no Museu disseram-me que deveria ser talvez uma árvore frutífera, mas também não me souberam dizer qual.

    Bjos

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  14. Luis,

    Aqui volto depois de seu texto, um bom resumo da iconografia da Cruz (e do Crucificado). Obrigado.

    É um dado arqueológico que a representação gráfica da Cruz foi se impondo gradualmente e mudando até se fixar, mais ou menos, como conhecemos. Como Vc disse, ao ponto de não haver muita distinção entre as obras do XVIII e XIX e mesmo de outras épocas em certos casos.
    Sabemos que o XIX copiou, às vezes fielmente, o século anterior. Isso foi por aqui quase uma regra. Enquanto parte da Europa estava no neoclássico e ensaiava o Modernismo, estávamos ainda com o velho (e maravilhoso) Barroco. Aliás, muita coisa aqui chegou com um século de atraso. Mas outras se anteciparam às velhas Nações pelo pioneirismo de Pedro II, tão ilustre.
    Costumo considerar os perizônios elaborados, a boca vazada, cabelos e barbas em caracóis dos Cristos como características do XVIII. Mas o XVIII também se valeu, naturalmente, de representações de outras épocas.
    Quem que, não conhecendo Donatello, julgaria seu S. Antônio ou seu Cristo como obras dos alvores do Renascimento? Não poderiam ser tidas como obras Modernas?
    Então penso, como Vc, que a datação é muito difícil, sobretudo para uma peça que perdeu tantos elementos de origem.

    O nariz de seu Cristo lembra o do Sudário que, se não me engano, tem um desvio causado por um golpe.
    Esta e todas as dores e humilhações de Jesus desconsertavam alguns discípulos: Pedro até tentou lhe desviar da Cruz. Mas por fim a realeza da humildade, do doar-se sem reserva venceu. As Escrituras, desde o grande Isaías até João, o Evangelista da glorificação pela Cruz e também o maior escritor, Paulo com seu " Em nada me glorio nesta vida a não ser na Cruz do Senhor", apresentam uma Teologia genuína da Cruz como parte integrante e necessária da Páscoa verdadeira. Teologia essa que aos poucos foi sendo assimilada e expressa na Liturgia e nas representações plásticas de Cristo, ao ponto dos Cristos soberanos e cheios de potestade a despeito da realidade do sofrimento da Cruz.

    Seu Cristo mutilado e todos os demais: Sofredores ou gloriosos, nus ( há um de madeira atribuído a Michelangelo) ou bem vestidos, de madeira, de mestres e amadores, marfim ou prata, também as pinturas... fazem parte desta expressão e itinerário de fé. Os de resina made in Ching ou made qualquer lugar, penso que não. (Mas o comércio também é parte da vida... né?)

    Um abraço.

    ab

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    1. Amarildo

      Confesso que esperava com alguma ansiedade pelo seu comentário. Embora seja baptizado, a minha educação católica foi fraca e o que sei foi por via do estudo da arte, de modo que, quando me embrenho por estes assuntos do Cristianismo tenho sempre medo de escorregar e escrever incorrecções. Sei que o Amarildo é um homem conhecedor do Cristianismo e se eu tivesse escrito algum disparate certamente que me o havia de apontar.

      De facto, a partir de certa altura, julgo que da Renascença há uma certa estabilização da iconografia de Cristo Crucificado. Tentei em vão procurar os dados que me permitissem distinguir um Cristo do século XVIII e um do XVIII ou do XIX, mas em vão. Este post serviu mais para ordenar os dados de algumas leituras que fiz.

      Como o Amarildo ben referiu, em Portugal e no Brasil o gosto barroco persistiu pelo século XIX fora e nem sequer isso me parece um atraso, pois a arte sacra do século XIX não tem o rasgo e a beleza do período anterior. O Século XIX é caracterizado pelo que os franceses chamam depreciativamente o estilo saint-sulpicien, com os sagrados corações de Jesus pintados de azul bebé ou rosa bombom. O barroco é muito mais bonito e esse apego luso-brasileiro às formas barrocas torna difícil a datação de peças como as que apresentei aqui.

      Quanto ao Cristo atribuído a Miguel Ângelo, li recentemente que originalmente não estaria nu. Apresentaria um perizonium feito numa mistura resinosa, que com o tempo desapareceu.

      Um abraço

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