quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Azulejos: continua a arqueologia dos contentores das obras

Os contentores das obras da velha Baixa Pombalina continuam uma fonte inesgotável de surpresas para os amantes da azulejaria, que não tem vergonha de esgravatar no lixo Na passada semana apanhei este azulejo muito simples, decorado apenas com uma flor, mas cheio de encanto. Confesso que nunca tinha visto este motivo em azulejos, apenas na loiça de faiança.

Nos finais do século XVIII e princípios do Século XIX, quase todas as fábricas portuguesas produziram louça num motivo chamado flor do morangueiro, inspirado na faiança francesa de Rouen. Encontrei na pág. 37 do catálogo da exposição Fábrica de louça de Miragaia. – Lisboa: IMC, 2009 um prato de influência de Ruão, do primeiro período de laboração (1775-1822), com uma florzinha semelhante à do meu azulejo. É pouco provável que este azulejo seja Miragaia, embora essa fábrica do Porto tenha também produzido azulejaria. O mais certo é tratar-se de uma peça do Rato ou de outra qualquer manufactura Lisboeta, pois os motivos à moda de Rouen eram usados por todos os fabricantes da época.

Agora terei que decidir em que parede irei encastoar esta encantadora florzinha Ruanesca

2 comentários:

  1. ...é muito bonito... mimoso é a palavra exacta para o descrever...um miminho!!!

    Um Abraço Luis

    Marília Marques

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  2. Acabou de me dar uma ideia. Talvez o coloque na parede do beliche onde dorme a minha filha. Creio que ficará bem no sítio onde dorme uma menina de 9 anos.

    Beijos, Luís

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