O blogue velharias do Luís faz hoje cinco anos. Normalmente, nestes aniversários faço sempre um balanço das actividades, agradeço aos comentadores e aos visitantes desta página.
Este ano, como forma de assinalar a data e retribuir os comentários tão interessantes dos amigos e as visitas de tanta gente desconhecida vinda daqui e dali, convido-vos a fazer uma visita aos tectos da minha casa, esse lugar que eu inventei, como se fosse um país longínquo.
Este ano, como forma de assinalar a data e retribuir os comentários tão interessantes dos amigos e as visitas de tanta gente desconhecida vinda daqui e dali, convido-vos a fazer uma visita aos tectos da minha casa, esse lugar que eu inventei, como se fosse um país longínquo.
Passei toda a minha infância e juventude a desenhar plantas de cidades e mapas de países imaginados. Ainda hoje, quando me distraio, começo a traçar a costa de um país, as suas fronteiras e os seus rios.
Quando me separei e comecei a montar uma casa, creio que de uma forma quase inconsciente fui montando um cenário imaginado, que é às vezes uma igreja ou um palácio, ou noutras vezes um apartamento burguês do século XIX, ou um gabinete de curiosidades, afinal, como se a minha casa fizesse parte de um desses países imaginários, que tantas vezes desenhei. É nesta encenação pouco prática para a vida do dia-a-dia que eu respiro, durmo, escrevo ou cozinho.
Como banda sonora para esta visita (espero que não tenham vertigens), recomendo-vos Ma maison, da Barbara, que é uma presença constante na minha casa e neste blogue.
Je m'invente un pays où vivent des soleils
Qui incendient les mers et consument les nuits,
Les grands soleils de feu, de bronze ou de vermeil,
Les grandes fleurs soleils, les grands soleils soucis,
Ce pays est un rêve où rêvent mes saisons
Et dans ce pays-là, j'ai bâti ma maison.
Ma maison est un bois, mais c'est presque un jardin
Qui danse au crépuscule, autour d'un feu qui chante,
Où les fleurs se mirent dans un lac sans tain
Et leurs images embaument aux brises frissonnantes.
Aussi folle que l'aube, aussi belle que l'ombre,
Dans cette maison-là, j'ai installé ma chambre.
Ma chambre est une église où je suis, à la fois
Si je hante un instant, ce monument étrange
Et le prêtre et le Dieu, et le doute, à la fois
Et l'amour et la femme, et le démon et l'ange.
Au ciel de mon église, brûle un soleil de nuit.
Dans cette chambre-là, j'y ai couché mon lit.
Mon lit est une arène où se mène un combat
Sans merci, sans repos, je repars, tu reviens,
Une arène où l'on meurt aussi souvent que ça
Mais où l'on vit, pourtant, sans penser à demain,
Où mes grandes fatigues chantent quand je m'endors.
Je sais que, dans ce lit, j'ai ma vie, j'ai ma mort.
Je m'invente un pays où vivent des soleils
Qui incendient les mers et consument les nuits,
Les grands soleils de feu, de bronze ou de vermeil,
Les grandes fleurs soleils, les grands soleils soucis.
Ce pays est un rêve où rêvent mes saisons
Et dans ce pays-là, j'ai bâti ta maison