Herdei da minha avó paterna um bule, uma leiteira, uma terrina e umas chávenas de chá da Vista Alegre, decorados com este motivo das florinhas e salpicados com dourados. Num inventário que a minha avó fez dos bens que estavam na sala de jantar casa de Outeiro Seco, localizei várias peças, que correspondem às características destas peças e por esse motivo tenho-lhes uma estima ainda maior.
Encontrei sempre tanto encanto neste motivo das florinhas, que quando vejo alguma peça em bom preço, compro-a logo. Num dia de muita chuva, em que os feirantes já tinham debandado todos, achei no chão da Feira-da-Ladra um chávena solta com o motivo das florinhas, que veio fazer conjunto com um pires desirmanado, que tinha em casa.
Encontrei sempre tanto encanto neste motivo das florinhas, que quando vejo alguma peça em bom preço, compro-a logo. Num dia de muita chuva, em que os feirantes já tinham debandado todos, achei no chão da Feira-da-Ladra um chávena solta com o motivo das florinhas, que veio fazer conjunto com um pires desirmanado, que tinha em casa.
As mais peças mais antigas tem marcas do início da segunda metade do século XIX e a mais moderna, uma chávena tem uma marca da década de 20. A Vista Alegre foi usando este padrão com florinhas com pequenas variantes aqui e ali, durante um período de mais de cinquenta anos, aplicados em várias formas diferentes. No livro Porcelanas e Vidros. – Lisboa: FRESS, 1999, Mary Lobo Antunes diz a propósito de uma porcelanas semelhante da colecção da Fundação, inv 1347, lembra as peças de Gustave Fortier um pintor francês contratado pela vista Alegre neste período.
Pena é que a página da Internet Vista Alegre seja tão fraquinha e pouco revele da belíssima colecção do Museu da Fábrica. No núcleo do século XIX, abundam peças com grinaldas, florinhas como estas e de muitas outras variedades, todas elas com um charme irresistível. Vale a pena ir a Ílhavo visitar este Museu só para ver as peças oitocentistas.
Estas pinturas manuais têm toda a graça da grande decoração da manufacturas de porcelana do centro da Europa, às quais não ficamos nada a dever, apesar de lá termos ido buscar a inspiração!
ResponderEliminarManel
Olá Luís,
ResponderEliminarJá aqui tinha vindo ver este post - como sabe também adoro estas decorações antogas da Vista Alegre com florzinhas - mas só agora reparei que tenho uma chávena muito parecida com a sua com o filete azul. Não tenho é nenhum bule deste formato assim decorado, são tão bonitos... Só tenho um em branco.
Brevemente farei um post com as minhas peças deste género.
Pela sua ausência aqui do blogue calculo que esteja de férias. Desejo-lhe uns belos dias de descanso!
Abraços
Só vou de férias na próxima semana, só que tenho andado muito ocupado em casa, no trabalho e nos fins-de-semana. Temas não faltam, mas sim o tempo. Prometo retomar a minha escrita, quando voltar.
ResponderEliminarVoltei a apresentar esse bule, mas com mais uma chávena e mais uns restos que herdei. Acredito que este período entre 1840-1880 foi a época de ouro da Vista Alegre. Fizeram umas decorações florais muito singelas, que por essa mesma simplicidade são de um gosto muito apurado. Claro, continuaram a fabricar coisas bonitas, depois, mas esta época é de facto especial na vida daquela fábrica.
Na altura em que fiz o post não percebia muito de fotografia e tirava os instantaneos à noite, de modo que imagens n faziam jus às peças. Aliás, irei colocar uma nova foto da taça fruteira.
Ficarei atento ao seu blog, para ver as suas peças VA.
Abraços