Não faço a menor ideia como se fazem recensões críticas de novos livros, mas conheci recentemente um investigador especializado em luminária e que me ofereceu uma obra da sua autoria, intitulada Iluminação da Casa Real Portuguesa: os candeeiros do Palácio Nacional da Ajuda, pedindo-me para escrever sobre ela, aqui no blog das Velharias do Luís, e pronto aqui vai a minha recensão muito pouco académica.
Os estudos sobre a luminária em Portugal são escassos e julgo que sobre candeeiros do século XIX, o livro do António Cota Fevereiro deve ser o primeiro, e com efeito, este autor fez um bom estudo da colecção real dos candeeiros a gás, petróleo, azeite e electricidade do Palácio Nacional da Ajuda, com um levantamento sistemático das marcas, comparação das obras com os catálogos das principais fábricas e ainda transcreveu dos arquivos os documentos com as encomendas da Casa Real aos fornecedores portugueses e estrangeiros. É um livro útil para todos os que gostam de antiguidades e velharias e ainda para aqueles, que ainda acham que a iluminação de uma casa, deve ir mais além do que uns assépticos focos espalhados por ali e acolá. Claro está, o livro é também um convite para se visitar o Palácio Nacional da Ajuda.
Foto retirada de https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com. O António Cota Fevereiro é também um coleccionador de candeeiros |
Aliás, o António Cota Fevereiro é também um coleccionador de candeeiros e gosta de bater as feiras de velharias, onde estes objectos se encontram ainda a bom preço. Escreve regularmente num blog https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com, onde descreve os seus achados, as pesquisas realizadas para a identificação das peças, pequenos restauros e os abat-jours que ele próprio confecciona.
No blog https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com analisam-se os candeeiros dos filmes de época. |
Mas o blog, vai mais além, pois o António, que é também um cinéfilo, analisa os filmes passados no século XIX e inícios do XX à luz dos candeeiros presentes nos adereços e indica-nos, que em determinada cena um candeeiro é de época ou se aquele outro modelo foi apenas usado dez anos depois dos factos narrados. Com muita atenção analisa a iluminação dos interiores desses filmes, que muitas vezes é demasiado clara e eléctrica, para ser verdadeira. Uma casa típica de meados do século XIX, alumiada com gás ou a petróleo, é obviamente mais escura, que um ambiente artificial de estúdio.
O blog https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com tem também imensas reproduções de catálogos de casas comerciais, publicados no século XIX |
O blog tem também imensas reproduções de catálogos de casas comerciais. publicados no século XIX ou inícios do XX, que nos ajudam a perceber o tipo de globo ou abat-jour, que se deve usar numa base de candeeiro, comprada por tuta-e-meia no olx.pt ou num mercado de velharias.
Para quem tenha um gosto vitoriano e aprecia bater as feiras de velharias recomendo a leitura da obra Iluminação da Casa Real Portuguesa: os candeeiros do Palácio Nacional da Ajuda e do blog https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com
Foto retirada de https://lightinaglasscandeeiroapetroleo.blogspot.com |
Achei interessante e comecei a seguir o blogue. Bom Domingo!
ResponderEliminarMargarida
EliminarCreio que é um blog interessante e apresenta conteúdos em português sobre uma área que não há quase nada na língua de Camões. A análise dos filmes à luz dos candeeiros é particularmente engraçada.
Bjos
Maravilhoso!! Adoro candeeiros e por aqui estão caríssimos!!! Nada melhor que a luz de vela filtrada pela cúpula em vidro, ou opalina dos candeeiros.
ResponderEliminarEm Houve uma vez um Verão com Elizabeth Taylor, a casa cheia de candeeiros pelo chão, paredes e móveis. Lindo.
Já vou acessar o blog do Cota.
Um abraço.
Jorge
EliminarTambém adoro candeeiros e apesar da minha casa ser um cochicho está cheia deles por todo o lado.
O blog do António Cota Fevereiro tem o grande mérito de oferecer conteúdos em português numa área em que não há nada na nossa língua. Também já me tornei seguidor.
Desculpe-me o atraso da resposta, mas tenho tido muito trabalho e quando chego a casa ponho-me a ver televisão ou a ler.
Um grande abraço