Já há muito tempo que adquiri este jarro na Feira-da-Ladra do chamado motivo cantão popular. Na altura encantei-me com ele e com os seus motivos populares pintados atabalhoadamente.
Depois o jarro ficou um longo tempo poisado num conjunto de prateleiras em acrílico, onde guardo terrinas, jarros, jarras, canudos e medidas. Olhava para ele, mas não acrescentava mais nada ao que já sabia dele.
Depois um dia, no blog da da minha seguidora Maria Isabel , descubro que esta nossa amiga comprou um jarro praticamente igual ao meu, mas com tampa. Achei o facto extremamente curioso, porque nunca me tinha passado pela cabeça que o meu jarro tivesse tido originalmente uma tampa, nem que o nome para estas peças fosse infusa. Fui consultar o Itinerário da Faiança do Porto e Gaia, do MNSR, que tem um bom glossário e confirmei que estes jarrinhos com tampa usados para o vinho e o leite se designam por infusas.
As nossas duas infusas não são exactamente iguais. Como estas peças se destinavam a gente pouco endinheirada, eram pintadas apressadamente por artificies pouco preparados de modo que cada obra é diferente da outra. É provável que tenham saído da mesma oficina, mas como todos se copiavam uns aos outros e a noção de patente era desconhecida nestes negócios familiares, que escoavam a sua produção nas feiras, nunca se pode ter a certeza sobre a sua origem.
Luís
ResponderEliminarQue tema relaxante para inicio de um novo fim de semana.
Quando for velhinho vai por certo ter algum tempo para ler as minhas memórias que me vou entretendo a escrevinhar, nelas falo das infusas vidradas que com elas ia à adega buscar vinho directamente dos pipos.Também dos troliteiros, jarros mui elegantes em vidro com pezinhos. Não sei se lhe contei, mas curiosamente no dia que a comprei vi uma de igual formato com tampa de Sacavém, tinha uma figura de barco e redes da Ericeira.Acrescento que o neperon que está por baixo da infusa foi comprado na feira-da-ladra há anos. Adoro-o. Mui delicado.
Bem, boa alegria, esta a de hoje em tons de azul.
Bom fim de semana.
Beijos
Isabel
Linda a peça Luiz! E fiquei feliz em aprender este termo "Infusa", pois eu tenho algumas peças assim, fabricadas aqui no Brasil, mas nunca pensei que houvesse um nome para elas!
ResponderEliminarAqui uma delas:
http://porcelanabrasil.blogspot.com/2010/05/peca-do-dia_17.html
abraços!!
EM TEMPO: das peças brasileiras que mencionei, eu tenho uma que é parte de um jogo completo para vinho, com 6 taças:
ResponderEliminarhttp://porcelanabrasil.blogspot.com/2010/12/peca-do-dia.html
Obrigado pelo aprendizado!
abs
Caro Fábio
ResponderEliminarSegundo o meu amigo Manel, o vinho, se é deixado ao ar livre tende a atrair umas pequenas moscas, que depois caem no líquido o que é desagradável, e para evitar isso estes jarros do eram fabricados com tampa.
Quando eram usados para servir leite, mantinham-no quente.
Já espreitei os links do seu blog e de facto aprendemos muito com a experiências uns dos outros.
Abraços lisboetas
Costumo dar uma "cuscadela"quase diariamente a este blog para aprender umas coisas,sendo da minha preferência os azulejos.
ResponderEliminarQuando vi o naperon de bilros, penso eu, onde pousa a infusa,vocábulo com registo no dicionário de trasmontanismos, decidi deixar msg de inveja por ter um crochet tão rico e difícil de executar.De todos os bordados e crochets que existem foi a renda de bilros,o único que não consegui aprender.
Parabéns!
Cara Leonor
ResponderEliminarA segunda infusa, aquela que tem tampa e o respectivo bordado são propriedade da Maria Isabel, uma das seguidoras deste blog.
O endereço do blog da Maria Isabel é o http://leriasrendasvelhariasdamaria.blogspot.com/
Volte sempre
abraço
Luís