sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Infusa em cantão popular


Já há muito tempo que adquiri este jarro na Feira-da-Ladra do chamado motivo cantão popular. Na altura encantei-me com ele e com os seus motivos populares pintados atabalhoadamente.



Depois o jarro ficou um longo tempo poisado num conjunto de prateleiras em acrílico, onde guardo terrinas, jarros, jarras, canudos e medidas. Olhava para ele, mas não acrescentava mais nada ao que já sabia dele.

Depois um dia, no blog da da minha seguidora Maria Isabel , descubro que esta nossa amiga comprou um jarro praticamente igual ao meu, mas com tampa. Achei o facto extremamente curioso, porque nunca me tinha passado pela cabeça que o meu jarro tivesse tido originalmente uma tampa, nem que o nome para estas peças fosse infusa. Fui consultar o Itinerário da Faiança do Porto e Gaia, do MNSR, que tem um bom glossário e confirmei que estes jarrinhos com tampa usados para o vinho e o leite se designam por infusas.


As nossas duas infusas não são exactamente iguais. Como estas peças se destinavam a gente pouco endinheirada, eram pintadas apressadamente por artificies pouco preparados de modo que cada obra é diferente da outra. É provável que tenham saído da mesma oficina, mas como todos se copiavam uns aos outros e a noção de patente era desconhecida nestes negócios familiares, que escoavam a sua produção nas feiras, nunca se pode ter a certeza sobre a sua origem.

6 comentários:

  1. Luís
    Que tema relaxante para inicio de um novo fim de semana.
    Quando for velhinho vai por certo ter algum tempo para ler as minhas memórias que me vou entretendo a escrevinhar, nelas falo das infusas vidradas que com elas ia à adega buscar vinho directamente dos pipos.Também dos troliteiros, jarros mui elegantes em vidro com pezinhos. Não sei se lhe contei, mas curiosamente no dia que a comprei vi uma de igual formato com tampa de Sacavém, tinha uma figura de barco e redes da Ericeira.Acrescento que o neperon que está por baixo da infusa foi comprado na feira-da-ladra há anos. Adoro-o. Mui delicado.
    Bem, boa alegria, esta a de hoje em tons de azul.
    Bom fim de semana.
    Beijos
    Isabel

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  2. Linda a peça Luiz! E fiquei feliz em aprender este termo "Infusa", pois eu tenho algumas peças assim, fabricadas aqui no Brasil, mas nunca pensei que houvesse um nome para elas!
    Aqui uma delas:
    http://porcelanabrasil.blogspot.com/2010/05/peca-do-dia_17.html
    abraços!!

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  3. EM TEMPO: das peças brasileiras que mencionei, eu tenho uma que é parte de um jogo completo para vinho, com 6 taças:
    http://porcelanabrasil.blogspot.com/2010/12/peca-do-dia.html
    Obrigado pelo aprendizado!
    abs

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  4. Caro Fábio

    Segundo o meu amigo Manel, o vinho, se é deixado ao ar livre tende a atrair umas pequenas moscas, que depois caem no líquido o que é desagradável, e para evitar isso estes jarros do eram fabricados com tampa.

    Quando eram usados para servir leite, mantinham-no quente.

    Já espreitei os links do seu blog e de facto aprendemos muito com a experiências uns dos outros.

    Abraços lisboetas

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  5. Costumo dar uma "cuscadela"quase diariamente a este blog para aprender umas coisas,sendo da minha preferência os azulejos.
    Quando vi o naperon de bilros, penso eu, onde pousa a infusa,vocábulo com registo no dicionário de trasmontanismos, decidi deixar msg de inveja por ter um crochet tão rico e difícil de executar.De todos os bordados e crochets que existem foi a renda de bilros,o único que não consegui aprender.
    Parabéns!

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  6. Cara Leonor

    A segunda infusa, aquela que tem tampa e o respectivo bordado são propriedade da Maria Isabel, uma das seguidoras deste blog.

    O endereço do blog da Maria Isabel é o http://leriasrendasvelhariasdamaria.blogspot.com/

    Volte sempre

    abraço

    Luís

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