Este painel está no quarto dos meus filhos e gosto muito da sua decoração floral, feita à volta de um centro esponjado, a sugerir o mármore, para quem o vê ao longe. Apresenta já o estilo de D. Maria I (1777- 1816), que se manifestou de forma graciosa, sempre com muitos motivos de grinaldas, que se espalham pelo mobiliário e pelas paredes, através de pinturas murais e azulejos.
Quem gostar de obras de arte deste período não há como visitar a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva e deliciar-se com a colecção de mobiliário, azulejos, faiança, porcelana e pinturas a fresco. Claro, este meu painel que comprei na feira-da Ladra é uma versão económica do estilo D. Maria, produzido para decorar casas burguesas da Baixa e não tem a opulência da Sala D. Maria ou da Sala de Música do Palácio Azurara, mas o espírito é o mesmo.
No matriz, o inventário on-line das colecções dos Museus Nacionais encontrei um painel igual, pertencente ao Museu Nacional do Azulejo, com o inventário 711, que está sumariamente datado do século XVIII.
Absolutamente fantástico, a elegância das grinaldas, a tonalidade de azul lindíssima, e o casamento que fizeste, exemplar.
ResponderEliminarNão há nada como encastrar os azulejos nas paredes, para onde, afinal, eles foram criados!
Estás de parabéns.
Manel
Luís,mais uma vez um post de grande autenticidade. Desta vez um lindo painel de azulejos graciosos e singelos que simplesmente arrasa!
ResponderEliminarHá muito que sei a sua paixão pela azulejaria, sobretudo os azuis. Eu também. Este como uma vez já lhe disse, além de lindo encastrou-o num local de afectos, o quarto dos seus filhos. Adoro pais românticos. A sua sensibilidade é de uma grandeza tal que não passa indiferente.
Muito bom gosto!
Beijos
Isabel
este blog me encanta cada dia mais e mais e o tenho divulgado entre amigos que, como eu, são apaixonados pelas "velharias"
ResponderEliminarabraço do lado de cá do oceano.
Caro Bernardo
ResponderEliminarÉ muito gratificante para mim ter tantos seguidores brasileiros. Sabe que que este contacto já tem dado frutos? Já houve comentadores brasileiros que me deram a conhecer vasos de faiança portuguesa do Séc XIX existentes no Brasil, nuna cidade paulista do litoral.
Continue a vir aqui, pois é sempre um gosto tê-lo neste blog
Abraço
Manuel e Maria Isabel
ResponderEliminarObrigado pelos vossos comentários. De facto este painel de azulejos é um encanto.
Abraços
Luís
Caro Luís
ResponderEliminarO painel é realmente muito bonito.Os meus parabéns.
Andava mesmo distraída, nesta minha vida de província.Sempre associei a Fundação Ricardo Espírito Santo,a oficinas de restauro e conservação, e a instituições de ensino ligados às artes e nunca a um museu. Encantei-me com as fotografias, que o Luís aqui colocou, e fui espreitar o site da fundação e foi o deslumbre. Já tenho programa, para a minha próxima deslocação a Lisboa.
Um abraço
Maria Paula
Olá Luís
ResponderEliminarAndo há dias para deixar aqui um comentário sobre este painel de azulejos de q gostei muito.
Inicialmente pareceu-me tratar-se de dois tipos de azulejos, uns de esponjados e outros a formar grinalda. Só depois vi q cada azulejo tem os dois motivos. Muito bonito!
Não me lembro de ter visto este padrão quando visitei o Museu Nacional do Azulejo, mas há lá tantos, não admira.
Também gostei da forma como descreveu o estilo D. Maria, em 4 linhas deu informação simples e clara. Já visitei há tempos o Palácio Azurara e realmente a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva tem uma bela colecção no âmbito das artes decorativas. Gostei de rever aqui duas salas do palácio.
Abraços
Cara Maria Andrade
ResponderEliminarComo calcula, o Museu do Azulejo só terá uma infíma parte da sua colecção à vista. E de facto, há tantas variantes feitas a partir de um motivo decorativo, que seria impossível eles exporem tudo o que tem em depósito. Na verdade, O Museu dá sobretudo enfâse aos grandes paineis historiados e estes motivos de padrão estão um bocadito desprezados. Mas, tb é compreensível, pois os paineis historiados tem uma qualidade estupenda.
Abraços